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Presidente da CPMI sinaliza que depoimento de hacker deve ocorrer na próxima semana

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), sinalizou que o depoimento de Walter Delgatti Neto, conhecido como o “hacker da Vaza Jato”, deve acontecer na próxima quinta-feira (10). A convocação de Delgatti foi aprovada pelo colegiado nesta quinta-feira (3), mesmo sob protestos da oposição. A ala governista alega que o hacker tem “envolvimento na promoção dos atos criminosos contra a democracia e as instituições públicas brasileiras”.

A data da oitiva ainda vai ser confirmada pela mesa diretora da comissão. No entanto, Arthur Maia e a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), concordam que o depoimento deve ocorrer nas próximas semanas.

Delgatti foi preso pela Polícia Federal na operação que apura a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Por se tratar de uma convocação, ele é obrigado a comparecer ao colegiado.

“Esse hacker diz agora que foi levado pela deputada Carla Zambelli [PL-SP] à presença do ex-presidente Jair Bolsonaro [PL], que simplesmente disse que gostaria que ele invadisse as urnas eletrônicas para demonstrar que as urnas eletrônicas eram fraudáveis. Isso alimentaria todo o espírito bolsonarista de golpe que veio a culminar com a tentativa violenta de 8 de janeiro. Portanto, esse hacker é fundamental que seja ouvido aqui”, afirmou o deputado Rogério Correia (PT-MG) na comissão. Ele é vice-líder do governo na Câmara e um dos autores do requerimento de convocação do hacker.

Em depoimento à corporação, Delgatti Neto disse que o assunto foi discutido em uma reunião no Palácio da Alvorada. Ele respondeu à Polícia Federal que o pedido de Bolsonaro “não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE [ao código-fonte] foi apenas na sede do tribunal”, e que ele não poderia ir até lá.

Depoimento de Anderson Torres

Quem deve depor na terça-feira à CPMI é o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres. Ele é investigado por suspeita de ter se omitido em relação aos atos extremistas. Na ocasião, ele era titular da pasta no DF. Contudo, estava viajando com a família aos Estados Unidos. Torres foi preso seis dias depois dos ataques aos prédios da Praça dos Três Poderes, em 14 de janeiro, no Aeroporto de Brasília.

Ao todo, foram 117 dias de prisão. Em maio, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liberdade provisória ao ex-ministro.

Moraes determinou que ele use tornozeleira eletrônica, tenha o porte de arma de fogo suspenso, não deixe o país, não use redes sociais e não mantenha contato com outros investigados no inquérito sobre o 8 de Janeiro. Ele também deve permanecer afastado do cargo de delegado da Polícia Federal.

R7

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