
Nos últimos anos, o interesse por suplementos alimentares cresceu de forma expressiva. O avanço das redes sociais e o aumento da busca por um estilo de vida saudável fizeram com que esse grupo de produtos ganhasse destaque, tanto nas prateleiras quanto nas pesquisas científicas.
Em meio à expansão do universo fitness, a mídia passou a dar grande visibilidade aos benefícios dos suplementos, o que impulsionou seu consumo e, ao mesmo tempo, levantou questionamentos sobre sua real eficácia nutricional.
Entre os mais populares, o Whey Protein se tornou o queridinho de quem busca praticidade no cuidado com o corpo. Mas afinal, o que é o Whey? Para que serve? E existe uma idade certa para consumir?
O nome vem do inglês “whey”, que significa soro de leite, e “protein”, que quer dizer proteína. Ou seja, Whey Protein é a proteína extraída do soro do leite. O soro já era conhecido há séculos, mas foi em 1931 que o cientista alemão Gerhard Hannappel conseguiu isolar sua proteína e criar um método de purificação. Desde então, o produto passou por um longo processo de evolução e adaptação até chegar às diferentes versões que conhecemos hoje.
A principal função do Whey Protein é oferecer uma dose prática e concentrada de proteína, especialmente para quem tem dificuldade de atingir a quantidade necessária apenas com a alimentação.
Seguir uma dieta equilibrada nem sempre é fácil, e muitas pessoas acabam recorrendo ao suplemento para complementar a ingestão diária de proteínas, que ajudam na preservação da massa magra e na sensação de saciedade.
Em conversa com o Dr. Hamilton Roschel, nutricionista e fisiologista clínico que coordena o Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da USP, ele explica que o maior equívoco sobre o Whey Protein é acreditar que ele seja superior às proteínas dos alimentos naturais.
“O efeito fisiológico é o mesmo, independentemente da fonte proteica. A diferença está na conveniência”, afirma. De fato, o Whey se destaca pela praticidade, sendo fácil de transportar, preparar e consumir, o que o torna um aliado útil nos dias mais corridos.
Embora muitos mitos ainda circulem, o consenso entre os especialistas é claro. O Whey não é um atalho, mas uma ferramenta. Seu papel deve ser individualizado e ajustado às necessidades de cada pessoa.
Quando a dieta está bem estruturada, ele é apenas um complemento. Já quando a rotina não permite refeições completas, pode ser uma alternativa simples e eficaz.
Sobre o uso em diferentes idades, Hamilton destaca que não há uma regra fixa, mas o bom senso deve prevalecer. Em crianças, o foco deve ser a construção de hábitos alimentares saudáveis, deixando o suplemento apenas para casos muito específicos. Já em idosos, pode ser útil quando há dificuldade de mastigação, digestão ou perda de apetite, ajudando na manutenção da massa muscular.
As proteínas, no geral, podem vir de fontes animais ou vegetais. As de origem animal, como carne, leite e ovos, têm maior densidade e absorção. As vegetais, como soja, feijão e arroz, oferecem mais fibras e compostos benéficos.
Ambas têm seu valor e devem ser escolhidas de acordo com o perfil e as necessidades individuais, sempre com a orientação de um nutricionista.
No fim das contas, não existe um único caminho para alcançar as metas nutricionais. O Whey pode ser uma boa ferramenta, mas o que realmente faz diferença é o estilo de vida, que se constrói com escolhas diárias dentro das possibilidades reais de cada pessoa.
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