Bloco Principal 3

Sob aplausos e cantos, corpo de Zé Celso deixa Teatro Oficina após velório e é levado para crematório

O corpo do dramaturgo Zé Celso Martinez, de 86 anos, deixou o Teatro Oficina, no Centro da capital, após um velório marcado por forte emoção de artistas, amigos e familiares.

O caixão foi fechado sob aplausos e cantos do público presente, que lotou o espaço para se despedir.

A cerimônia começou às 23h desta quinta-feira (6) e foi encerrada por volta das 12h20 desta sexta (7).

Antes do encerramento da despedida, o Teatro chegou a ser fechado para o público e reservado apenas aos familiares e amigos.

O teatro fica na Rua Jaceguai, 520, no Bixiga, Centro da capital. O corpo de Zé Celso foi recebido sob muitos aplausos, tambor e gritos de “viva, Zé”.

O velório foi aberto ao público, e a rua foi fechada para a passagem dos carros. Um telão foi montado na rua para a transmissão do rito.

No início da noite, enquanto aguardavam a chegada do corpo, as pessoas no teatro seguravam rosas brancas e cantavam, emocionadas: “Enquanto eu puder cantar, enquanto eu puder seguir, enquanto eu puder sorrir”.

Muitas gerações compareceram à homenagem. Artistas conhecidos da televisão se misturaram aos do teatro, do cinema e a crianças.

Os versos “sambando nesse carnaval com a minha arte, que é imortal”, do samba-enredo “Quatro Séculos de Paixão – História do Teatro Brasileiro”, da Vila Isabel, foram entoados por todos no início do rito.

Em fila, também cantaram a marchinha carnavalesca “Mamãe eu Quero”. E, de repente, surgiu o som de tambores. O rito teve muitas performances e diversidade, tudo com um toque do dramaturgo.

Sob coroas, artistas fizeram saudações a Oxum, a orixá do amor e das águas doces, em frente a uma fonte de água decorada com coroas.

O clima de fato foi esquentando. Quando tocou o hit “Sequência de Lovezinho”, pessoas cantaram e levantaram os braços segurando flores. Depois fizeram um círculo e cantaram: “Pois são tantos altos e baixos. O amor é filho de tempo e, assim como ele, é bossa nova”. De repente, uma árvore passou. Um laço cor de rosa amarrado numa outra. O cheiro da fumaça do pau de índio subiu. O tambor frenético.

Mãe e filho que moram na vizinhança do teatro observavam o rito. Ubirajara de Andrade e Maria Gracilete não são frequentadores assíduos. “Gostaria de ter participado mais”, diz Ubirajara. A ideia é que eles passem a ir mais vezes. É a continuidade que Zé Celso tanto defendeu.

G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo