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“Se a meta está errada, muda-se a meta”, diz Lula sobre inflação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que se a meta de inflação do país, hoje em 3,25%, está errada, a solução é mudar a meta. A afirmação foi feita durante café da manhã com jornalistas, realizada no Palácio do Planalto.

Se a meta está errada, muda-se a meta. O que não é compreensível, é imaginar que um empresário vai tomar dinheiro emprestado a essa taxa de juros“, disse o presidente.

A frase foi dita em tese quando Lula contava sobre um texto jornalístico que ele disse ter lido. Segundo ele, alguém que ele não soube precisar escreveu que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, teria dito que, para a inflação ficar em 3% ao ano, os juros teriam de ser de 20%. Hoje, eles estão em 13,75%.

Não sei se foi de algum de vocês [jornalistas] que eu ouvi uma frase esses dias que não sei se foi dita pelo presidente do BC de que para atingir a meta de 3% precisaria ter juros de 20%. Ora, eu não sei se foi verdade que ele disse isso. Mas é, no mínimo, uma coisa não razoável de ser dita“, afirmou.

Não há registros públicos de essa frase ter sido dita por Campos Neto. Lula, posteriormente, foi questionado novamente se pretende mudar a meta de inflação. Ele não confirmou nem negou a possibilidade.

Se você tem alguém que estabelece uma meta que não vai cumprir, é que nem você estabelecer uma meta para a sua vida que você saber que não vai cumprir. Então não estabeleça meta que você estará mentindo para você mesmo. Eu disse que não ia discutir meta porque esse é um problema da autonomia do Banco Central e do Senado, que aprovou a autonomia do Banco Central. Eu já tive o prazer de durante 8 anos discutir meta, inflação, política monetária. Quando eu tinha relação com o presidente do Banco Central. Ele exerça a sua autonomia“, disse ao final da reunião.

Segundo o ministro da Secom, Paulo Pimenta, Lula não disse que irá mudar a meta. Ele apenas disse que há a possibilidade de a discussão ser feita.

O CMN é composto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ou seja: o governo tem maioria no colegiado e, se quiser, tem poder de alterar as metas.

Atualmente, as metas já estão pré-definidas até 2025. A meta de 2026 será discutida na reunião do CMN de junho. Eis as metas para este e os próximos anos:

  • 2023 – 3,25%;
  • 2024 – 3%;
  • 2025 – 3%.

O intervalo de tolerância da meta é de 1,5 ponto porcentual. Isso quer dizer que será considerado como dentro da meta uma inflação de 1,75% a 4,75% em 2023 e, a partir de 2024, de 1,50% a 4,50%.

ENCONTROS COM JORNALISTAS

O encontro do presidente Lula com jornalistas nesta 5ª feira (6.abr) é o 3ª desde que iniciou o seu mandato atual. Leia a lista de profissionais que estavam no encontro:

  • Lorena Rodrigues – Agência Estado;
  • Alice Maciel – Agência Pública;
  • Cristina Ávila – Amazônia Real;
  • André Barrocal – Carta Capital;
  • Pedro Doria – Canal Meio;
  • Basília Rodrigues – CNN Brasil;
  • Rudolfo Lago – Congresso em Foco;
  • Denise Rothenburg – Correio Braziliense;
  • Leandro Fortes – DCM;
  • Helio Doyle – EBC;
  • Eliane Cantanhêde – Estado de São Paulo;
  • Bruno Boghossian – Folha de S. Paulo;
  • Cátia Seabra – Folha de S.Paulo;
  • Ana Flor – Globonews;
  • Julia Duallibi – Globonews;
  • Heloisa Vilela – ICL Notícias;
  • Edilene Lopes – Itatiaia;
  • Romoaldo de Souza – Jornal do Commercio;
  • Bárbara Baião – Jota;
  • Igor Gadelha – Metrópoles;
  • Andrea Louback – Nexo;
  • Miguel do Rosário – O Cafézinho;
  • Bernardo Franco – O Globo;
  • Vera Magalhães – O Globo;
  • Manuel Marçal – O Tempo;
  • Luís Costa Pinto – Plataforma Brasília;
  • Guilherme Waltenberg – Poder360;
  • Mauro Lopes – Revista Fórum;
  • Thais Bilenky – Revista Piauí;
  • Luiz Fara Monteiro – R7;
  • Débora Bergamasco – SBT News;
  • Lana Canepa – TV Band;
  • Marcos Uchoa – TV Brasil;
  • Délis Ortiz – TV Globo;
  • Carla Araujo – UOL;
  • Kennedy Alencar – UOL;
  • Tales Faria – UOL;
  • Andrea Jubé – Valor Econômico;
  • Rodrigo Lopes – Zero Hora.
  • O 1º foi em 12 de janeiro. Reuniu-se com repórteres que cobrem o dia a dia do Palácio do Planalto. Eles são conhecidos, em Brasília, como “setoristas” da Presidência.

Na época, o principal assunto foi a invasão às sedes dos Três Poderes, ocorrida em 8 de janeiro. Foram recebidos 38 jornalistas, contando com o Poder360.

No dia 7 de fevereiro, Lula recebeu jornalistas de ao menos 40 veículos de esquerda no Palácio. Nos núcleos petistas, eles são chamados de “mídia independente”.

Nos 2 casos, o ministro da Secom, Paulo Pimenta, e a primeira-dama, Janja da Silva, participaram.

Poder360.

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