Polícia Civil investiga morte de criança que participou do ‘desafio do desodorante’ no DF

A Polícia Civil do Distrito Federal investiga a morte de Sarah Raissa Pereira de Castro, de 8 anos, encontrada desacordada após participar do “desafio do desodorante”. Ela chegou a ser socorrida e ficou internada por três dias, mas não resistiu. O corpo da menina, moradora de Ceilândia (DF), será enterrado na tarde desta segunda-feira (14), no Cemitério de Taguatinga (DF).
O delegado Walber Lima, da 15ª Delegacia de Polícia, afirmou que as apurações devem levar aos responsáveis pela promoção do desafio, que se popularizou nas redes sociais. A prática consiste em incentivar crianças e adolescentes a inalar o spray pelo máximo de tempo possível.
“O objetivo da investigação é identificar quem criou esse conteúdo. Eles [suspeitos] podem responder por homicídio duplamente qualificado, com penas de até 30 anos de reclusão”, disse.
O corpo de Sarah já passou por perícia no Instituto Médico Legal (IML) e o celular encontrado com ela foi apreendido pelos policiais. O aparelho será encaminhado ao Instituto de Criminalística (IC), onde os agentes devem buscar mensagens e contatos suspeitos.
Entenda
O caso aconteceu na última quinta-feira (10), quando o avô da criança a buscou na escola. Eles seguiram para casa e a menina ficou sozinha por alguns minutos, enquanto o avô preparava um lanche para ela. Quando ele foi até a sala, encontrou a criança desacordada. Com ela estavam o celular e um desodorante aerossol.
O socorro foi chamado e Sarah foi levada ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Ela estava em parada cardiorrespiratória e ficou internada até domingo (13), quando a morte foi confirmada.
Alerta
Em março, uma tragédia parecida foi registrada na cidade Bom Jardim, no Agreste de Pernambuco. Brenda Sophia Melo de Santana, de 11 anos, morreu após participar do mesmo desafio. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória, foi socorrida ao Hospital Municipal Doutor Miguel Arraes, mas não resistiu.
Para o delegado responsável pelas investigações do caso registrado no DF, a repetição de situações similares serve de alerta para pais e responsáveis. “Esse caso, além de chocante, traz um alerta acerca do que os filhos acessam mesmo estando na residência, necessitando de uma maior fiscalização para que não venha a ocorrer novamente”, destacou.