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Navio da Marinha enviado para ajudar no RS tem UTI e pode produzir até 20 mil litros de água potável por hora

A embarcação sairá da Base Naval do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (8) com destino à cidade de Rio Grande, no litoral gaúcho. A previsão é de três dias de viagem.

  • 🛳️ O Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico tem 200 metros de comprimento e pode transportar até 1,4 mil militares e 18 aeronaves.

O Atlântico vai levar 8 embarcações de pequeno porte e 2 estações para tratamento de água ao Rio Grande do Sul, capazes de produzir um total de 20 mil litros de água potável por hora.

Além da capacidade de produzir água potável, o navio tem um centro médico – o segundo maior da frota da Marinha, ficando atrás apenas do Navio Doca Multipropósito (NDM) Bahia, que foi usado para atender às vítimas das inundações históricas.

“É apropriado para missões de caráter humanitário, auxílio a vítimas de desastres naturais e de evacuação”, diz a Marinha, em nota.

Essa não é a primeira missão humanitária do Atlântico no litoral brasileiro. Em 2023, o navio foi enviado para São Sebastião para ajudar no socorro às vítimas da tragédia que devastou o Litoral Norte de São Paulo. O objetivo foi desafogar os hospitais da região, que priorizam casos mais graves.

Veja, abaixo, mais informações sobre a estrutura do Atlântico.

NAM Atlântico em São Sebastião, em 2023, entregando doação de colchões para as vítimas em São Sebastião. — Foto: Marinha do Brasil

NAM Atlântico em São Sebastião, em 2023, entregando doação de colchões para as vítimas em São Sebastião. — Foto: Marinha do Brasil

Centro médico tem UTI, sala de cirurgia e laboratório

 

Segundo a Marinha, o navio opera, normalmente, com uma médica, uma dentista e seis enfermeiros que atuam em consultas ambulatoriais, inspeções de saúde e na preparação dos militares para as longas missões.

Em viagens, a necessidade a demanda dobra e o navio recebe o reforço de outros três médicos, sendo um cirurgião geral, um anestesista e um clínico geral, além de um oficial farmacêutico e mais cinco enfermeiros, dentre eles um técnico em patologia clínica.

A Marinha não informou qual é o tamanho do efetivo na operação no Rio Grande do Sul.

O navio tem:

  • 🩺1 UTI com dois leitos;
  • 🩺1 banheira termal para aquecimento ou resfriamento;
  • 🩺1 sala de trauma para tratar cortes simples e curativos;
  • 🩺1 centro cirúrgico para operações de urgência de pequeno e médio portes;
  • 🩺1 consultório odontológico;
  • 🩺1 laboratório;
  • 🩺2 consultórios médicos;
  • 🩺1 enfermaria com 8 leitos;
  • 🩺1 farmácia completa;
  • 🩺1 recepção;
  • 🩺1 sala de espera;
  • 🩺1 copa.

 

Estrutura para atendimento médico do Atlântico, maior navio de guerra da América Latina — Foto: Marinha do Brasil

Estrutura para atendimento médico do Atlântico, maior navio de guerra da América Latina — Foto: Marinha do Brasil

Tratamento de água

De acordo com a Marinha, as estações de tratamento de água levadas pelo Atlântico utilizam equipamento de filtragem química.

O processo é o seguinte: a água do rio é captada, passa por uma pré-filtragem e, após decantação, passa por um segundo processo de filtragem. O resultado é água potável e pronta para o consumo humano.

As duas estações têm capacidade de produzir 20 mil litros de água por hora, afim de suprir parte da demanda das cidades.

Em Porto Alegre, a prefeitura decretou racionamento de água e o município estima que 85% da população deve ficar sem abastecimento. Cinco das seis estações de tratamento de água estão paradas.

Estação de filtragem transportada dentro do navio da Marinha e que vai ajudar no RS. — Foto: Marinha do Brasil

Estação de filtragem transportada dentro do navio da Marinha e que vai ajudar no RS. — Foto: Marinha do Brasil

Além das estações para tratamento de água doce, o navio tem uma estação própria para dessalinização da água do mar. O processo, no entanto, não será utilizado na operação do Rio Grande do Sul.

Outras estruturas oferecidas pela Marinha

Além do Atlântico, a Marinha também vai enviar ao Rio Grande do Sul nesta terça (7) o Navio de Apoio Oceânico Mearim e o Navio-Patrulha Oceânico Amazonas, equipado com três embarcações menores; e, na quarta-feira (8), a Fragata Defensora, que leva doações e suprimentos.

A Marinha também pretende instalar um hospital de campanha em Canoas (RS).

História do navio

 

Helicópero decolando do Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico — Foto: Marinha do Brasil

Helicópero decolando do Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico — Foto: Marinha do Brasil

De origem britânica, recebeu originalmente o nome de HMS Ocean da Marinha Real Britânica. Foi construído em meados dos anos 1990 pela Kvaerner Govan e pela VSEL em Barrow-in-Furness. Comissionado em setembro de 1998, operou a partir da Base Naval de Devonport, em Plymouth.

No seu histórico de serviço, constam operações navais em apoio a ações humanitárias no Kosovo e na América Central. Ele foi comprado pelo Brasil em 2017 por 84 milhões de libras.

Veja algumas das ações que contaram com a participação da embarcação:

  • em 2000, participou da Operação Palliser, na Serra Leoa;
  • operou no Oriente Médio, no grupo de combate do HMS Illustrious na Guerra do Iraque.
  • em 2009, foi deslocado para a Ásia, novamente em operações navais e apoio a ações humanitárias;
  • em 2011, participou da Operação Unified Protector, na Líbia;
  • no ano seguinte, retornou à Inglaterra para reformas e, posteriormente, participou de operações navais, no âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN);
  • em 2017, participou da operação Ruman, por meio de operações navais em apoio a ações humanitárias nas ilhas do Caribe, afetadas pelo furacão Irma.
G1

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