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Mensagens de aliados de Bolsonaro mostram articulação para tentativa de golpe e prisão de Moraes, diz PF

Polícia Federal também indicou proximidade de militares com organizadores de atos a favor do ex-presidente

A Polícia Federal encontrou diálogos entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro que mostram uma articulação para uma tentativa de golpe para manter ex-presidente no poder e para prender o ministro Alexandre de Moraes. Foram analisados áudios e prints que estavam nos arquivos do celular do major reformado do Exército Ailton Gonçalves Barros, do coronel Elcio Franco e de um militar ainda não identificado durante uma investigação envolvendo Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

R7 teve acesso a documentos que foram enviados ao Supremo Tribunal Federal e que  mostram que os investigadores registraram uma ligação dos investigados com integrantes de grupos que lideraram manifestações ocorridas no dia 7 de setembro, possivelmente do ano de 2021.

“Conforme demonstrado, Ailton Barros se dispôs a incitar grupos de manifestantes para aderirem a pautas antidemocráticas no interesse do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, havendo fortes indícios de que o referido investigado, além de ter proximidade com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, também teria um contato direto com o ex-presidente”, afirmou a PF.

Ainda de acordo com os investigadores, os arquivos encontrados em aparelhos do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro revelaram que Ailton Barros estaria disposto a inserir pautas de ataque ao STF, ao ministro Alexandre de Moraes e ao sistema eletrônico de votação.  “As imagens capturadas de diálogos indicam inclusive que Ailton Barros trocava mensagens sobre os referidos temas com o contato registrado como ‘PR01’, chamado pelo investigado de ‘PR'”, disse a PF.

Tentativa de golpe

A corporação disse ainda que os investigados articularam um golpe de Estado, com utilização das Forças Armadas, para que o ex-presidente permanecesse no poder.

“A análise conjunta dos áudios deixa evidente que o interlocutor e, possivelmente Ailton Barros, estavam articulando um golpe de estado por meio das Forças Armadas para que o ex-presidente permanecesse no poder. Utilizando expressões próprias de militares, o interlocutor adverte que o tempo para a  execução da ‘operação especial’ estava se esgotando. Diz: ‘Nós
já estamos no limite longo da ZL. Não vamos ter mais como lançar. Vamos ter que dar passagem perdida’.

Ex-major do Exército Ailton Barros ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro

De acordo com a PF, o termo ‘limite longo da ZL’, significa no linguajar militar o prazo máximo, a
zona limite (ZL), para lançar pessoas e equipamentos de aeronaves. Caso seja ultrapassada, a operação aérea seria frustrada ou, no linguajar militar, “deu passagem perdida”.

“No caso, possivelmente, o interlocutor está alertando que o prazo para implementação do golpe de Estado e decretação do ato de Garantia da Lei e da Ordem estava se esvaindo, com a proximidade da data da posse do novo Presidente da República eleito”, afirmou a PF.

A análise ainda identificou outros dois áudios, possivelmente publicados em dezembro de 2022, que descrevem um planejamento para convencer o então comandante de Operações Especiais do Exército a executar um possível golpe pelo fato de ser o comandante militar que teria “a tropa na mão”. Além disso, os áudios descrevem críticas a postura de integrantes “alto comando militar” em não querer participar e executar o plano de tomada do poder.

Nesta investigação, são apuradas as condutas de Bolsonaro, do ex-deputado Filipe Barros e do delegado da PF Victor Campos relacionadas à divulgação de dados de inquérito sigiloso da corporação.

R7

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