A Polícia Federal faz uma operação nesta quinta-feira (1º) contra um grupo suspeito de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas por meio da compra de equipamentos de robótica. Os mandados também são cumpridos em outros 3 estados e no Distrito Federal. Segundo a polícia, o grupo é suspeito de movimentar R$ 8 milhões na fraude.
Um dos alvos é Luciano Ferreira Cavalcante, funcionário da Câmara dos deputados e que foi nomeado para a liderança do PP na casa à época em que o cargo era exercido por Arthur Lira (PP-AL), hoje presidente.
Antes, Ferreira foi servidor comissionado do escritório de apoio do então senador Benedito de Lira (PP-AL), pai de Arthur Lira.
O g1 procurou o presidente da câmara, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O g1 ainda não fez contato com o atual líder do PP na Câmara, André Fufuca (PP-AM) nem com a defesa de Luciano Ferreira Cavalcante.
Dinheiro encontrado em cofre pela PF durante a Operação Hefesto, que investiga desvios de verba federal para educação — Foto: Divulgação
A Operação Hefesto investiga possíveis crimes ocorridos entre 2019 e 2022 na compra dos kits de robótica para 43 municípios no estado de Alagoas com verba do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).
A investigação apontou que a licitação incluía, de forma ilegal, restrições para direcionar os contratos a uma única empresa. As fraudes e superfaturamento geraram prejuízo ao erário de R$ 8,1 milhões e sobrepreço, com prejuízos potenciais de R$ 19,8 milhões, em relação às despesas até então analisadas.
Mandados de prisão e busca e apreensão
São cumpridos 27 mandados de busca e apreensão em Maceió (16), Brasília-DF (8), Gravatá-PE (1), São Carlos-SP (1) e Goiânia-GO (1), além de 2 mandados de prisão temporária em Brasília, todos expedidos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Alagoas.
Além dos mandados, a Justiça determinou o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados no valor de R$ 8,1 milhões e a suspensão de processos licitatórios e contratos entre a empresa investigada e os municípios alagoanos que receberam recursos do FNDE para aquisições de equipamentos de robótica.
O nome dos alvos de prisão ou de busca e apreensão não foram divulgados pela Polícia Federal.
Em Brasília, a PF uma grande quantidade de dinheiro em cédulas de R$ 50 e de R$ 100. A polícia não informou com quem estaria o dinheiro. Em São Carlos (SP), documentos foram apreendidos em uma escola alvo dos mandados.
Dinheiro apreendido em Brasília da operação Hefesto, da PF, que mira suposta fraude em verbas da educação em municípios de Alagoas — Foto: Polícia Federal/Reprodução
Grupo foi alvo do TCU em 2022
O motivo da suspensão dos contratos foram indícios de irregularidades na destinação de R$ 26 milhões, pelo Ministério da Educação e o FNDE, para aquisição do material por municípios alagoanos, no valor individual de R$ 14 mil.
Dinheiro apreendido em Alagoas da operação Hefesto, da PF — Foto: Polícia Federal/Reprodução
G1