Especialista alerta para excesso de exposição ao sol e riscos do câncer de pele
O mês de dezembro marca o aumento das temperaturas e a maior incidência de raios solares. Com a chegada do verão e o período de férias, é comum que as pessoas se exponham mais ao sol, mas é preciso ter cuidados para evitar problemas, como o câncer de pele, o tipo mais comum de câncer em brasileiros. Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio de seus especialistas, faz um alerta para os riscos da doença.
A médica dermatologista da Rede Municipal de Saúde, Carla Simone, explica que o câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele, sendo a radiação ultravioleta o principal fator causador de tumores cutâneos, dessa forma, a doença está associada à exposição solar e ao bronzeamento artificial.
“O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém seus números são muito altos. Há três tipos principais de câncer de pele, o carcinoma basocelular, o espinocelular e o mais letal, porém menos frequente, o melanoma”, explica a especialista.
A médica explica que o câncer da pele pode se parecer com pintas ou outras lesões na pele. Portanto, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas, faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. “Uma lesão que não cicatriza, sangramento facial ou alteração de cor, tamanho e formato de uma pinta já existente na pele, são indícios de câncer de pele, se notar qualquer anomalia, procure seu dermatologista. Ele é o profissional indicado para te examinar clinicamente e solicitar exames de diagnóstico, se necessário. Se houver histórico familiar ou pessoal de câncer de pele, as consultas e os exames preventivos devem ser feitos regularmente”, orienta a Dra. Carla Simone.
Mas existem alguns fatores de risco e é preciso alerta em casos de histórico familiar, exposição solar crônica, queimaduras, bronzeamento artificial. Além disso, pessoas ruivas, com pele clara e olhos claros têm predisposição ao surgimento de câncer de pele.
Tânia Maria, 58 anos, já teve câncer de pele duas vezes, sendo necessário tratamento radioterapia. “Quando mais nova sempre gostei muito de tomar sol e sempre tive muitas manchas e sinais, até que um dia percebi um sinal diferente no colo e precisei ir ao médico, diagnosticamos o câncer de pele e precisei fazer a remoção e completar o tratamento com radioterapia. Recentemente descobrimos outra mancha diferente e também outro câncer de pele, dessa vez não precisei de radio, mas removemos totalmente novamente. O que posso dizer as pessoas é que cuidem da sua pele, lá atrás não tive esse cuidado e hoje lido com as consequências, por mais que pareçam simples, acreditem, não é”, conta a servidora pública.
Os perigos da exposição solar não se resumem aos dias de sol, uma vez que os raios ultravioletas emitidos em dias nublados são iguais aos demais dias, uma vez que as nuvens não conseguem filtrar os três tipos de raios emitidos: UVC (que é barrado pela camada de ozônio), UVB (cuja maior incidência se dá entre 09h e 15h) e UVA (que tem 95% de toda a radiação UV).
Os cuidados com a pele devem ser uma rotina, independentemente da época ou estação do ano. Assim se previne o câncer da pele, o surgimento de manchas e o envelhecimento precoce. Para complementar o cuidado, a dermatologista orienta: Evite exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h; procure lugares com sombra; use proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas. Aplicar na pele, antes de se expor ao sol, filtro solar com fator de proteção 30, no mínimo, repetindo a cada três horas e usar protetor labial.
Assistência – A Rede Municipal de Saúde dispõe de médicos especializados para o cuidado com a saúde da pele. Dermatologistas atendem nas Policlínicas Municipais, por meio de consultas agendadas via regulação.
Quem identificar algum dos sinais de alerta ou precisar de uma consulta com o dermatologista, deve ir à Unidade de Saúde da Família onde é atendido para receber o encaminhamento.
Dezembro Laranja – A Sociedade Brasileira de Dermatologia promove campanhas de conscientização e prevenção sobre o câncer da pele desde 1999, sendo que desde 2014 a iniciativa recebe o nome de Dezembro Laranja. Este ano, a campanha Dezembro Laranja, busca conscientizar mais pessoas sobre o câncer de pele e sobre a importância de procurar um dermatologista para entender a combinação ideal de medidas de proteção para sua pele.
Tipos de Câncer de Pele:
Carcinoma basocelular (CBC) – É o tipo mais prevalente e surge mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. Costuma se apresentar como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade.
Carcinoma espinocelular (CEC) – Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo e pescoço. Tem coloração avermelhada e pode se parecer com uma verruga ou uma ferida espessa e descamativa, que não cicatriza.
Melanoma – O menos frequente dos cânceres da pele, o melanoma tem o mais alto índice de mortalidade. Apesar disso, as chances de cura são de mais de 90%, quando detectado precocemente. Costuma ter a aparência de uma pinta ou de um sinal em tons acastanhados ou enegrecidos, que mudam de cor, de formato ou de tamanho.
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Texto: Rebeka Paiva
Edição: Lilian Moraes
Fotografia: Ivomar Gomes -
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