Renato Cariani é indiciado pela PF por suposto desvio de produtos para produção de drogas; relembre
O influenciador fitness Renato Cariani e outras duas pessoas foram indicadas no relatório final das investigações da Polícia Federal sobre o suposto desvio de produtos químicos para a produção de drogas. A informação foi confirmada por fontes ao R7 nesta terça-feira (30). O inquérito foi encaminhado para o MPF (Ministério Público Federal), que decidirá se denuncia o grupo pelos crimes apontados pela corporação. A reportagem tenta contato com a defesa dos citados. O espaço permanece aberto.
O trio responde em liberdade e, caso condenados, podem ser punidos com penas de prisões. As investigações começaram em dezembro de 2023, quando a PF encontrou indícios de desvio de produtos químicos para a produção de até 19 toneladas de drogas como crack e cocaína.
Cariani, que tem mais de 7 milhões de seguidores em uma rede social, é um dos sócios da empresa investigada e, na época, negou ter conhecimento de qualquer atividade ilícita. Segundo o influenciador, a companhia foi fundada em 1981 e é controlada por sua sócia, de 71 anos. “Tem sede própria, todas as licenças, certificações nacionais e internacionais. Trabalha totalmente regulada”, disse, em vídeo publicado nas redes sociais em 2023.
A Polícia Federal afirmou ter identificado 60 transações fraudulentas feitas pelas empresas investigadas em seis anos. Cerca de 12 toneladas de insumos, como fenacetina e manitol, teriam sido desviadas para células de organizações criminosas em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Foram cumpridos 18 mandados de busca nesses estados.
“Nós sabemos que esse produto é desviado e essa droga é introduzida, já com o ‘batismo’, digamos assim, por meio de organizações criminosas”, disse o delegado Fabrizio Galli, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Superintendência Regional da PF em São Paulo.
O delegado ressaltou que a quantidade de droga que pode ter sido feita depende do nível de pureza do “produto final”. “Pelo que a gente tem da perícia, os produtos [cocaína] têm mais ou menos entre 20% e 30% de pureza. O resto são produtos químicos que aumentam o volume”, disse Galli.
Segundo a Polícia Federal, as empresas movimentaram cerca de R$ 6 milhões em produtos químicos, mas ainda é difícil estimar por quanto esses insumos foram vendidos em um mercado paralelo e qual foi o tamanho do lucro dos envolvidos.
Vivaldi afirma que, durante a investigação, foram localizados pelo menos 60 desvios de produtos químicos das empresas investigadas.
“Começou por meio de denúncias de grandes multinacionais, cujos nomes estavam sendo utilizados para a emissão de notas fiscais de produtos controlados utilizados para refino e ampliação de crack e cocaína”, disse.
Segundo ele, além das companhias envolvidas, o esquema contava com a participação de terceiros. “São pessoas utilizadas para fins de depósito em espécie, usando dados de multinacionais, como se fossem funcionárias dessas multinacionais, tendo como destinatário a empresa investigada pelo desvio.”