‘Velozes e Furiosos 10’ entrega ‘mais do mesmo’, mas isso não é necessariamente uma coisa ruim

Alguns filmes recentes como Top Gun: Maverick, Batman e Pânico 6 provam que Hollywood consegue fazer boas continuações, remakes ou recomeços de franquias quando os estúdios apostam em ideias criativas e bem executadas. Já outras sagas despertam no público uma sensação de esgotamento, com o clássico questionamento: “Precisava de mais um filme?”.

A franquia Velozes e Furiosos chega ao décimo capítulo (décimo primeiro, se contarmos o derivado Hobbs & Shaw) nesta quinta-feira (18), e fica claro que Vin Diesel e sua trupe estão em uma linha tênue entre o primeiro e segundo exemplos dados acima. Os motores da família de Dominic Toretto ainda têm combustível para mais aventuras?

A dúvida surge porque Velozes e Furiosos 10 entrega um bom entretenimento e deve agradar aos fãs, mas, ao mesmo tempo, não traz grandes novidades para a série de filmes.

A verdade é que a história pouco importa aqui. As ligações com o passado, o fulano ser filho do ciclano, o bonzinho que virou malvado, o vilão que mudou por causa de uma missão em comum dos dois lados: todos os clichês do gênero aparecem e, apesar de não incomodarem tanto, deixam a impressão de que já vimos isso antes. E já mesmo, não é? Em toda a franquia, nos últimos 22 anos.

Apesar da falta de ousadia com relação ao roteiro, o ponto alto fica mais uma vez com as cenas de ação, que fazem mesmo o espectador ficar ansioso na cadeira do cinema. A perseguição em Roma, a batalha final contra o vilão e uma luta entre as personagens de Charlize Theron e Michelle Rodriguez são excelentes exemplos do que a saga é capaz de dar ao público.

O elenco, que conta com algumas das maiores estrelas de Hollywood, conquista com muita simpatia, carisma e mostrando estar em sintonia. O desfile de nomes de peso tem ainda Vin Diesel, Tyrese Gibson, Jason Statham, Ludacris, Jordana Brewster, Nathalie Emmanuel, Sung Kang, Helen Mirren, Scott Eastwood, Alan Ritchson, Daniela Melchiore, Jason Momoa e Brie Larson.

Momoa, famoso como o herói Aquaman, interpreta um vilão completamente maluco e se esbalda em cena. Cheio de trejeitos, o excêntrico personagem arranca algumas boas gargalhadas. De fato, todo o elenco parece estar se divertindo na telona, o que faz tudo ser ainda mais leve de acompanhar. Larson, que interpreta a heroína Capitã Marvel, e John Cena, também se destacam e entregam ótimos momentos.

Ao longo dos anos, a escala do que acontece com os personagens foi aumentando exponencialmente, deixando o nível de “absurdo” sempre maior. Eles já foram ao espaço, enfrentaram um tanque, correram de um submarino em cima de gelo, pararam um míssil com as mãos e por aí vai. Velozes 10 oferece mais cenas como essas, em que você chega a soltar um risinho com toda a insanidade presente, mas quando já tivemos um carro pulando de um arranha-céu e estacionando em outro, algumas situações parecem até muito normais para a franquia.

Os fãs brasileiros ganham um gostinho especial aqui, já os personagens retornam ao Rio de Janeiro, palco do quinto filme da franquia. Algumas falhas de pesquisa da produção ficam nítidas, como o sotaque de alguns personagens ou a escolha de músicas em espanhol para representar o país, mas é muito legal ver, por exemplo, a rápida participação da cantora Ludmilla, que dá início a uma corrida e ainda tem uma música feita especialmente para a trilha sonora da produção.

R7