A guerra na Ucrânia, que começou há exatamente um ano e não deve acabar tão cedo, matou milhares, reduziu cidades inteiras a escombros, fez milhões de refugiados e alimentou temores de uma nova guerra mundial envolvendo armas nucleares da Rússia e dos Estados Unidos.
A invasão, que começou com bombardeios constantes e rápido avanço de tropas russas, passou por um período de estagnação, uma contraofensiva das tropas da Ucrânia e ataques a infraestrutura energética.
1ª fase – início da invasão russa
24/02/22 – 07/06/22
- Invasão russa começa por várias frentes de batalha
- Em poucos dias, parte considerável do território da Ucrânia é dominado
- Prédios militares e civis são alvos de bombardeio por todo o país
- Kiev não é tomada, apesar de centenas de tropas russas ao redor da capital
- Bucha, cidade próxima a Kiev, é palco de uma matança de civis realizada pelos russos
- Mariupol fica cercada por 3 meses, sem abastecimento de água e comida, até ser dominada pela Rússia
Corpos foram encontrados nas ruas de Bucha em abril de 2022 — Foto: Zohra Bensemra
2ª fase – impasse no leste
08/06/22 – 28/08/222
- Exército russo se retira dos arredores de Kiev
- Batalhas se concentram na região de Donbass
- Ucrânia demonstra grande capacidade defensiva
- Não há grandes avanços territoriais, mas bombardeios continuam
- Usina nuclear de Zaporizhzhia foi alvo de disputas e houve risco de desastre nuclear
Fumaça é vista saindo de planta nuclear de Zaporizhzhia após um incêndio no complexo em 24 de agosto de 2022. — Foto: Planet Labs PBC via AP
3ª fase – contraofensiva da Ucrânia
29/08/2022 – 11/11/22
- Após período de impasse, tropas ucranianas reagem
- Grande parte do território próximo a Kharkiv é reconquistado
- Tropas russas deixam a cidade de Kherson, no Sul
- Nesse período, a Rússia conduz referendos ilegais para anexar 4 regiões: Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson
Cidade de Kherson foi liberada pelas tropas russas em novembro de 2022. — Foto: Valentyn Ogirenko/REUTERS
4ª fase – ataque a usinas
12/11/22 – hoje
Mulher segura vela após cidade nos arredores de Kiev ficar sem luz por conta de ataques da Rússia, em 20 de outubro de 2022. — Foto: Emilio Morenatti/ AP
- Rússia direciona ataque à infraestrutura de energia
- Metade de Ucrânia passa a sofrer com falta de luz
- Aquecimento e abastecimento de água também são afetados
- Situação é agravada pelo intenso inverno ucraniano
Próxima fase? – possível ofensiva da Ucrânia
Tanque de batalha Leopard 2 durante treinamento em Munster, na Alemanha, em 28 de setembro de 2011 — Foto: Michael Sohn/AP
- EUA e Alemanha oferecem tanques de batalha modernos para a Ucrânia
- Especialistas acreditam que a Ucrânia pode deixar posição defensiva, para ser mais ofensiva
- No entanto, isso depende da chegada dos tanques e do treinamento das tropas ucranianas
Ajuda financeira – como a Ucrânia vai pagar por isso?
Apesar de a Ucrânia não fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), os países membros estão entre os principais apoiadores na luta do país contra a Rússia.
Liderados pelos Estados Unidos, os países da Otan possuem um acordo de que “o ataque contra um é um ataque contra todos”. No caso da Guerra na Ucrânia, a ajuda é de forma indireta, fornecendo armamentos, munição, informação e apoio humanitário, já que o país não é membro.
Parte da ajuda foi oferecida como doação, mas a maioria é na forma de empréstimos e financiamentos, que deverão ser pagos pela Ucrânia no futuro.
Por exemplo, um pacote de apoio da Comissão Europeia de €18 bilhões deverá ser pago em 35 anos, a começar em 2033. Só que o principal objetivo desse fundo é que a Ucrânia consiga continuar pagando empréstimos já existentes, como a dívida que ela tem com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Seria uma forma de adiar e diluir o pagamento da dívida.
O dinheiro oferecido pelos Estados Unidos também terá que ser pago após a guerra, mas isso pode ser feito ao contratar empresas americanas para reconstruir a Ucrânia. Inclusive esse é o método preferido pelo governo americano, semelhante a acordos que foram feitos com países europeus após a 2ª Guerra Mundial.