A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou mais dois casos do superfungo Candida auris em Pernambuco. Com isso, o número de pessoas infectadas em 2023 no estado subiu de quatro para seis.
Os novos pacientes são uma idosa de 70 anos, que ficou internada por nove dias e já recebeu alta do Hospital Miguel Arraes, em Paulista, e um homem de 51 anos, que está no Hospital Tricentenário, em Olinda.
⏩ Os dois novos pacientes confirmados com Candida Auris foram admitidos nos hospitais por outros problemas de saúde e não apresentaram “repercussões clínicas decorrentes do fungo”;
⏩ O homem de 51 anos tem histórico de acidente vascular cerebral (AVC), com longo período de internamento hospitalar, e foi admitido no Tricentenário em outubro de 2016;
⏩ Este paciente recebeu alta clínica, mas continua hospitalizado por conta do seu “contexto social”;
⏩ A mulher deu entrada no Hospital Miguel Arraes no dia 14 de maio por causa de uma lesão infeccionada no pé e recebeu alta no dia 23;
⏩ O diagnóstico dela foi confirmado durante a realização de exames em pessoas que tiveram contato com um dos pacientes infectados pelo superfungo no hospital.
A SES disse ainda que, mesmo após receber alta, o superfungo pode permanecer no organismo do paciente por um período de três a seis meses.
Segundo a instituição, ao sair do hospital, a pessoa infectada com o Candida Auris:
🏥 Recebe um sumário de alta relatando o histórico clínico e o diagnóstico positivo;
🏥 “Não precisa ficar isolado e pode realizar atividades regulares, seguindo as medidas de cuidado e prevenção de rotina, como higienização das mãos, higiene pessoal e limpeza adequada do ambiente, utilizando hipoclorito de sódio”;
🏥 “Caso seja necessário procurar um serviço de saúde, é preciso apresentar o documento de alta com o histórico clínico”.
Outros quatro casos confirmados
O quarto caso de superfungo em Pernambuco foi confirmado na segunda (29). O paciente, de acordo com a SES, deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Miguel Arraes com problemas ortopédicos e, após a notificação do caso, foi isolado. Ele está internado desde o dia 12 de maio.
Além dele, outras três pessoas foram infectadas:
🏥 Idoso de 66 anos, internado no Hospital Português, privado, no Paissandu, na área central do Recife, no dia 23 de maio: evoluiu bem e teve alta hospitalar;
🏥 Homem de 48 anos, internado no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, diagnosticado no dia 11 de maio: continua internado na unidade, sem repercussões clínicas devido ao fungo;
No caso do Hospital Miguel Arraes, como o primeiro paciente diagnosticado passou por várias áreas do hospital, toda a unidade de saúde foi fechada para novas internações e só está recebendo pacientes em casos de urgência (saiba como prevenir a contaminação).
O que é Candida auris?
O Candida auris é um fungo identificado pela primeira vez no Japão, em 2009. Desde então, se espalhou por todos os continentes. No Brasil, chegou em 2020. Ele é caracterizado pela comunidade cientifica como um fungo mais resistente a medicamentos do que os outros.
Geralmente, não há manifestação clínica da presença do superfungo no paciente que está “colonizado” (que tem o fungo no corpo, mas não foi “infectado”). Nesta fase, não há sintomas.
Mas um machucado, uma ferida na pele ou o uso de catéter no hospital pode permitir que ele entre no corpo, atinja a corrente sanguínea e provoque uma infecção.
Em casos graves, pode prejudicar órgãos como o coração e o cérebro. Em último caso, podem levar à sepse, uma infecção generalizada capaz de matar.
Como se prevenir?
As formas de prevenção são as seguintes:
🧼 Higiene das mãos;
🧤 Uso adequado de materiais de proteção;
🧽 Limpeza do local onde estão os pacientes infectados.
Por que o Candida auris é conhecido como superfungo?
🦠 Em 2019, o Candida auris foi caracterizado pela comunidade científica como um fungo mais resistente a medicamentos do que os outros.
🔬 Estudos indicam que em até 90% dos pacientes, o Candida auris é resistente a fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas, que são medicamentos usados no tratamento de infecções por fungos.