Se você comprou uma smart TV recentemente, é bem possível que ela saiba exatamente a que você está assistindo nela. E isso inclui vídeos de streaming, jogos de videogame e programas de TV a cabo. Tudo para gerar anúncios direcionados, que podem ser mais caros.
A tecnologia que permite essa vigilância constante se chama ACR (reconhecimento automático de conteúdo, em português) e vem embutida na maioria dos aparelhos mais modernos — na grande maioria dos casos, sem o conhecimento dos consumidores.
As TVs com essa função capturam cerca de 7.200 imagens reproduzidas na tela por hora e as enviam decodificadas para servidores, que as comparam com um banco gigantesco de conteúdo.
É similar ao funcionamento do aplicativo Shazam, que identifica músicas e programas de TV de forma parecida — a empresa foi comprada pela Apple, em 2018.
Dessa forma, televisões se tornam máquinas de anúncios e exploram um mercado que poderá render US$ 87 bilhões, em 2027, segundo a consultoria Ampere.
Em dezembro de 2019, o FBI emitiu um alerta sobre a “espionagem” feita por smart TVs. Segundo a agência, além dos riscos para a privacidade, existe a possibilidade de hackers mal-intencionados usarem as funções de vigilância dos aparelhos para aplicar golpes.
A captura vem ativada de fábrica e para desativá-la é necessário fuçar os menus de configurações, mas o caminho até lá depende da marca da TV.
A opção geralmente está em “Privacidade” ou “Configurações adicionais”. Lá, basta encontrar os menus de “segmentação de anúncios” ou “rastreamento de publicidade”.
O FBI recomenda ainda pesquisar se seu aparelho possui câmeras e microfones embutidos, usados para coletar dados de áudio e vídeo — geralmente para confirmar se o telespectador está olhando para a tela ou ouvindo algum conteúdo em aparelhos móveis.
A dica, no caso das câmeras que não sejam utilizadas para videoconferência ou funções similares, é tampá-las com fita adesiva.
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