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Sistema da Abin investigado em operação da PF monitorava até 10 mil celulares; entenda

A Polícia Federal investiga, desde o ano passado, o uso irregular de um sistema da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para monitorar autoridades brasileiras, como os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Segundo informações obtidas nas investigações, o programa permitia o monitoramento de até 10 mil celulares a cada 12 meses. Nesta quinta-feira (25), endereços ligado ao deputado federal e ex-diretor-geral da agência, Alexandre Ramagem (PL-RJ), foram alvos de buscas por parte dos agentes federais.

Segundo fontes da Abin consultadas pela RECORD BRASÍLIA, o uso da ferramenta não é considerado crime em consultas feitas para dar andamento ou não em investigações, por exemplo. Nestes casos, os investigadores ligam para as operadoras e pedem dados de algum suspeito.

Porém, os interlocutores explicam que as investigações apuram se houve a existência de um grupo formado por pessoas, que não eram funcionários de carreira da Abin, que teriam utilizado a máquina pública com objetivos pessoais.

De acordo com a Polícia Federal, o sistema de geolocalização permitia o monitoramento de até 10 mil celulares a cada 12 meses, bastando digitar o número da pessoa para ter acesso às informações. A aplicação também criava históricos de deslocamento e alertas em tempo real da movimentação dos aparelhos cadastrados.

A operação

Ramagem é um dos alvos de uma operação desta quinta-feira (25) que investiga o suposto uso ilegal de uma ferramenta de espionagem em sistemas da agência.  Segundo fontes ligadas à PF, os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes estão na lista de suposta espionagem.

O gabinete do parlamentar é um dos locais onde os agentes fazem buscas, além de outros endereços de outras pessoas no Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A casa e o escritório do parlamentar também foram alvos. O parlamentar deve prestar depoimento na sede da PF.

Perfil

O atual parlamentar chefiou a agência entre julho de 2019 e março de 2022, quando foi exonerado pelo ex-presidente. Ramagem foi candidato nas eleições do mesmo ano e se elegeu deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro. Antes de fazer parte do governo, o delegado de carreira da PF foi o coordenador da segurança de Bolsonaro na campanha de 2018, logo depois que o então candidato à Presidência ser vítima de um atentado a faca, em Juiz de Fora (MG).

O atual deputado federal foi cotado para assumir a direção da PF, depois da exoneração do delegado Maurício Valeixo. Essa saída levou o ex-juiz da Operação Lava Jato Sergio Moro a se demitir do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

R7

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