Imagine só um vírus que transforma suas vítimas em criaturas com asas! Esse é o rice stripe tenuivirus, recentemente descoberto por cientistas e também conhecido como o vírus da listra do arroz (em português).
Essa novidade é curiosa e, inclusive, está causando um verdadeiro alvoroço nas plantações da Ásia.
Não é à toa que uma equipe de cientistas do Instituto de Zoologia da Universidade Chinesa da Academia de Ciências de Pequim está de olho nessa peculiaridade.
Quem não ficaria intrigado com um vírus capaz de conceder asas aos seus hospedeiros? Mas a pergunta que não quer calar é: como isso acontece? Tem pessoas voando por aí?
Calma, não criemos pânico! O vírus não tem nada contra nós, humanos. Ele mira mesmo é nos insetos que habitam os campos de arroz, em especial o Laodelphax striatellus, uma espécie de hemíptero picador natural da Eurásia e do norte de África.
Essa criatura, parecida com uma cigarra ou percevejo, despertou a curiosidade dos cientistas, que estão de olho nos efeitos peculiares causados pelo vírus.
Então não, caro leitor, por enquanto nenhum micro-organismo vai te transformar em uma criatura de asas e gerar uma história digna de super-herói.
No entanto, as particularidades dessa descoberta tem intrigado o grupo de cientistas que já tem algumas respostas.
O curioso vírus de RNA tem “dado asas” às suas vítimas, pois desencadeia uma mutação genética que resulta em asas mais longas nos insetos machos.
O fenômeno intrigante não se limita aos laboratórios, também é observado em meio à natureza, quando a mutação acontece e pode, inclusive, passar despercebida.
Os cientistas rastrearam o gene responsável por essa mutação, notando sua ausência nas fêmeas, o que mostra que apenas os machos são impactados.
A ação do vírus tem um efeito notável: auxilia os machos a voarem mais rápido, mais alto e por períodos mais extensos. E isso, por sua vez, contribui para uma disseminação mais eficaz da peculiar condição.
Outro vírus tem efeito semelhante
Surpreendentemente, em 2021, foi revelado o vírus do mosaico do pepino pelo site France TV Info, apresentando efeitos semelhantes.
Nessa situação peculiar, uma reação bioquímica específica possibilita que os pulgões contaminados desenvolvam asas, enquanto aqueles não afetados pela doença permanecem sem.
Porém, vale ressaltar que, ao contrário do vírus da listra do arroz, essa ação é mais intrincada e não envolve modificações genéticas.
A pesquisa dos cientistas chineses marca apenas o início. A compreensão completa da atuação do vírus é crucial para desenvolver estratégias eficazes de combate e prevenir sua disseminação. Vamos ver o desenrolar dessa história!
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