A Rússia e a Ucrânia devolveram 90 prisioneiros de guerra de cada país nesta terça-feira (25), na mais recente de várias trocas periódicas no conflito. Os Emirados Árabes Unidos supervisionaram o episódio como intermediário.
A última troca ocorreu em 31 de maio, quando cada lado entregou 75 prisioneiros de guerra, também com os Emirados Árabes Unidos atuando como intermediário. A ocasião marcou a primeira troca em quase quatro meses.
A Rússia disse que os prisioneiros devolvidos nesta terça-feira (25) enfrentaram perigo mortal no cativeiro.
Já a Ucrânia afirmou que entre os repatriados estavam soldados que defenderam a usina siderúrgica Azovstal em um cerco de três meses em 2022 e outros feitos como prisioneiros quando as forças russas tomaram a extinta usina nuclear de Chernobyl.
O Ministério das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, em comunicado citado pela agência de notícias estatal WAM, disse que a mediação foi bem-sucedida porque alavancou “seus distintos laços e parceria com ambos os lados, inclusive como um mediador confiável entre ambas as partes”.
Desde o início da guerra da Rússia na Ucrânia, os EAU mantiveram uma retórica neutra sobre o conflito e continuaram a mediar entre os dois lados para a troca de prisioneiros.
Reação da Rússia
O Ministério da Defesa russo, em uma publicação no Telegram, disse: “Como resultado das negociações, 90 prisioneiros de guerra russos que arriscaram a morte em cativeiro estão sendo devolvidos de áreas sob controle de Kiev”.
As autoridades disseram que os prisioneiros russos puderam voltar para casa “com os Emirados Árabes Unidos participando como intermediários a título humanitário”.
Os prisioneiros da Rússia libertados seriam transportados para Moscou, onde seriam submetidos a exames médicos, disse o ministério.
Reação da Ucrânia
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a maioria dos militares libertados eram soldados e sargentos, e que a troca foi mais um passo no processo de trazer todos os detidos para casa.
“Devolveremos todos os outros da mesma forma”, disse o líder ucraniano em discurso noturno em vídeo.
Zelensky agradeceu aos EAU por facilitarem o intercâmbio e comprometeu-se a prosseguir os esforços para trazer para casa aqueles que ainda estão detidos.
“Estamos buscando a verdade sobre todos – onde uma pessoa está, em que condições, o que é necessário para seu retorno”, ele acrescentou
O comissário parlamentar ucraniano para os Direitos Humanos, Dmytro Lubinets, disse que aqueles que regressassem do cativeiro também seriam submetidos a exames médicos e receberiam ajuda para retomar as suas vidas.
Um vídeo postado no canal Telegram de Zelensky mostrou homens saindo de um ônibus para serem cumprimentados e receberem bandeiras nacionais azuis e amarelas para pendurar sobre seus ombros.
CNN Brasil