Ramagem despachava diretamente com Bolsonaro, mas contato maior era com Heleno: ‘Superior hierárquico’
O ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem disse ao blog nesta quinta-feira (31) que vai depor no final de fevereiro no inquérito que apura a existência de uma Abin Paralela. Ele se queixa de ser chamado um mês após as buscas realizadas pela Polícia Federal e nega qualquer pedido de Carlos Bolsonaro a ele, apesar de tê-lo como amigo.
Ramagem também falou sobre o pedido da assessora de Carlos, Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, para que enviasse números de inquéritos que envolveriam o ex-presidente e os filhos. O ex-chefe da Abin chamou a assessora de “desavisada” e diz que não respondeu a mensagem.
Print da conversa entre assessora de Carlos Bolsonaro e Alexandre Ramagem anexado em manifestação da PGR. — Foto: Divulgação/PGR
Uma das principais preocupações do entorno de Bolsonaro é que as investigações cheguem ao ex-presidente da República. A estratégia, agora, é empurrar a responsabilidade de uma eventual Abin Paralela para general Augusto Heleno. Já Heleno – intimado a depor – deve descrever a relação com Ramagem e dizer que o antigo chefe da Abin despachava diretamente com Bolsonaro.
Ex-ministro do GSI Augusto Heleno, em depoimento à CPI dos Atos Golpistas — Foto: Geraldo Magela/Agência Senado