Quais os principais parceiros do Brasil? Veja o peso da China e EUA na esteira do tarifaço

O Brasil mantém a China e os Estados Unidos como seus principais parceiros comerciais, com destaque para exportações de grãos, carnes e frutas, mesmo em meio ao tarifaço americano de 50% sobre produtos brasileiros. Entre janeiro e julho de 2025, os dois países representaram US$ 82,16 bilhões em exportações brasileiras.
Enquanto a China lidera como maior mercado consumidor, os Estados Unidos ocupam a segunda posição, apesar de relações comerciais estremecidas devido às sobretaxas. Além disso, especialistas acreditam que a pressão americana visa limitar a influência do Brasil no Brics e conter investimentos estratégicos chineses na América Latina.
China: principal parceiro e influência estratégica
A China compra soja, minério de ferro, petróleo e carne bovina, enquanto o Brasil importa produtos manufaturados e eletrônicos. Entre janeiro e julho, o país asiático apresentou superávit de US$ 16,26 bilhões para o Brasil, com US$ 58,44 bilhões em exportações contra US$ 42,18 bilhões em importações.
Segundo o professor de relações internacionais Leonardo Trevisan, a presença chinesa se estende além do comércio. Projetos como o Porto de Chancay, no Peru, e a Ferrovia Bioceânica, mostram que Pequim busca influência estratégica na infraestrutura regional, incluindo potencial impacto sobre o Brasil.
Estados Unidos: segundo maior parceiro, mas com tensão
Os EUA consomem produtos como café, carne bovina e aeronaves da Embraer. Entretanto, Donald Trump impôs sobretaxas de 50%, alegando déficit na balança comercial, o que foi negado pelo governo brasileiro. Entre janeiro e julho de 2025, o saldo comercial com os EUA foi negativo para o Brasil: US$ 23,72 bilhões exportados e US$ 25,97 bilhões importados.
Além disso, os americanos investigam produtores e sistema financeiro brasileiros, apontando supostas práticas desleais, como produção de alimentos em áreas desmatadas e riscos ao Pix. Contudo, o governo brasileiro não reconhece essas ações fora do arcabouço da OMC.
Outros parceiros estratégicos
Na América Latina, a Argentina teve crescimento de 53,2% nas importações de produtos brasileiros, totalizando US$ 10,78 bilhões, com saldo positivo de US$ 3,51 bilhões para o Brasil. Apesar disso, a política do presidente Javier Milei mantém críticas ao governo brasileiro e ameaças ao Mercosul.
Já a União Europeia continua sendo parceira relevante. Entre janeiro e julho, as exportações brasileiras para o bloco cresceram 3,9%, chegando a US$ 28,53 bilhões, enquanto as importações subiram 5,7%, totalizando US$ 29,23 bilhões. O acordo UE-Mercosul, negociado há 20 anos, poderá amenizar impactos do tarifaço e ampliar o acesso a novos mercados, especialmente após diálogo entre Lula e Macron.
Desempenho geral do Brasil
Em 2024, o superávit comercial brasileiro foi de US$ 74,6 bilhões, o segundo maior da série histórica. A indústria de transformação bateu recorde de US$ 181,9 bilhões em exportações, enquanto a agropecuária caiu US$ 9 bilhões (-11%) no período.
Resumo da notícia
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China é o maior parceiro comercial do Brasil, comprando soja, minério, petróleo e carne bovina.
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EUA aplicam sobretaxas de 50% sobre produtos brasileiros, gerando tensão na relação bilateral.
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Argentina e União Europeia também são parceiros estratégicos, com crescimento nas exportações.
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Superávit comercial de 2024 foi de US$ 74,6 bilhões, destaque para indústria de transformação.
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Investimentos chineses na América Latina aumentam influência estratégica no Brasil.
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