O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou nesta segunda-feira (29) que vai dissolver o Parlamento do país e convocar novas eleições gerais.
A decisão, explicou Sánchez, veio após o resultado de eleições regionais realizadas no domingo (28) na Espanha, que indicaram uma dura derrota para sua sigla, o Partido Socialista Obreiro Espanhol (PSOE).
Em alianças com a extrema direita espanhola, o Partido Popular (PP), principal rival político do PSOE, tirou dos socialistas o controle de quase todas as regiões do país, incluindo a Comunidade de Madri, além do governo de sete das dez maiores cidades.
Em discurso televisionado nesta manhã, o socialista Pedro Sánchez reconheceu responsabilidade na derrota de seu partido e disse ter decidido convocar novas eleições para que “o povo espanhol tome a palavra para decidir o rumo político do país”.
“Assumo em primeira pessoa esses resultados e acredito ser importante submeter nosso mandato democrático à vontade popular”, declarou.
Quarta maior economia da União Europeia, a Espanha vem enfrentando desafios por conta da inflação alta, mas há também uma insatisfação de parte da população com as políticas de Sánchez, que governa em uma coalizão o Podemos, de extrema esquerda.
Mas, com o adiantamento anunciado nesta segunda, as Cortes espanholas serão dissolvidas a partir de terça-feira (30), disse o premiê, que afirmou já ter comunicado a decisão ao rei da Espanha, Felipe VI.
A Espanha tem um regime de monarquia parlamentarista – o rei é o chefe de Estado, responsável pelas Forças Armadas e por reconhecer o primeiro-ministro e aceitar ou não sua demissão, mas não interfere no Executivo. Já o premiê do país tem a função de chefe de governo, e é escolhido pelo Parlamento, eleito por voto popular.
Pedro Sánchez comanda a Espanha desde 2019, depois de eleições também convocadas antes da hora.
“Vimos ontem uma ‘onda reacionária’ que já sabemos no que vai dar: um retrocesso a direitos fundamentais, da luta feminista e contra a emergência climática, na garantira ao direito à habitação”, disse a secretária-geral do Podemos, Ione Belarra.
G1