Quatro suspeitos de envolvimento com a exploração sexual de meninas e mulheres em garimpos na Terra Indígena Yanomami são alvos da Polícia Federal neste sábado (18), em Boa Vista.
São cumpridos quatro mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão. As ordens foram expedidas pela Vara de Crimes contra Vulneráveis da Justiça Estadual de Roraima.
Os principais alvos da operação são duas irmãs e o marido de uma delas. Eles têm relação direta com o esquema criminoso.
Foi identificado que os aliciadores atraem as vítimas pelas redes sociais com promessas de ganhos irreais – isso aconteceu com a adolescente resgatada. Ela foi chamada para trabalhar na cozinha do garimpo e ganhar até R$ 5.800 em um mês, mas, ao chegar no local, descobriu que teria de se prostituir.
“Por meio de perfis falsos em redes sociais, os aliciadores fariam o contato com mulheres e adolescentes, ofertando a possibilidade de trabalharem no garimpo nas mais variadas áreas (inclusive na prostituição) com promessa de ganhos irreais. Após serem convencidas, um motorista à serviço do grupo criminoso buscaria as vítimas aliciadas, levando-as até uma pista clandestina, onde eram transportadas por avião até a área do garimpo. Lá chegando, em condições de extrema precariedade, as vítimas eram informadas e cobradas pelos custos do transporte, que custaria até R$ 10.000,00 gerando, a partir daí, uma dívida inicial com os gerentes do grupo criminoso”, detalha a PF.
Todo o sustento das vítimas, da alimentação até a moradia, era cobrado pelos aliciadores, de modo que a impedi-las de saírem de lá enquanto não quitassem a dívida.
A ação contra os criminosos foi denominada operação Palácios, em referência à Lei Palácios, primeira lei contra a exploração sexual de crianças e tráfico de mulheres e que entrou em vigor na Argentina em 1913.
Vítimas ou pessoas que saibam de situações semelhantes podem denunciar anonimamente à PF em Roraima por meio do telefone (95) 3621-1500 ou direto na Superintendência.
G1