A Paraíba registrou um total de 1.093 assassinatos em 2022, uma diminuição de 5,9% em relação ao ano de 2021, quando1.161 mortes violentas foram registradas, conforme dados do Monitor da Violência, projeto especial do g1, com base em dados da Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social, solicitados via Lei de Acesso à Informação.
Na Paraíba, em 2022, foram 1.056 casos de pessoas vítimas de homicídios dolosos, sendo 55 mulheres. Além disso, 34 pessoas morreram por latrocínio, quando acontece o roubo seguido de morte, e outras três por lesão corporal seguida de morte.
A taxa de crimes violentos no estado neste ano foi de 26,9 mortes por 100 mil habitantes.
Os dados apontam que:
- houve 1.161 assassinatos em 2021, o que significa 68 mortes a mais que em 2022
- redução em um ano foi de 5,9%
- número de crimes violentos voltou a crescer em 2021 e sofreu queda em 2022
- mês mais violento de 2022 foi o de janeiro, com 105 crimes
- em média, 81 pessoas foram mortas por mês na Paraíba em 2022
Estudante morto em sala de aula queria ser jogador de futebol
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João Vitor tinha 18 anos e havia sido contratado pelo Santa Fé de Pernambuco há pouco menos de um mês — Foto: Reprodução/Instagram
Com apenas 18 anos, João Vitor Fontes da Silva teve o sonho de ser uma grande estrela do futebol interrompido. Ele morreu após ser atingido por tiros, na noite do dia 1º de junho, dentro de uma escola em João Pessoa. Segundo a delegada de homicídios. Luísa Correia, a principal linha de investigação aponta que o jovem teria sido morto por engano.
O suspeito do assassinato pulou o muro e entrou mascarado na escola procurando por João Vitor. O estudante chegou a correr para outra classe, mas foi executado dentro da sala de aula.
O estudante não tinha envolvimento com crimes e pouco antes de morrer havia sido contratado recentemente por um clube de futebol de Pernambuco. Por conta disso, João Vitor passou a estudar no turno, com o objetivo de conciliar os estudos com os treinos.
Segundo o pai de João Vitor, o time em que o filho havia sido contratado é o Santa Fé Futebol Clube, do Recife. Conforme o site do clube, o time foi fundado em 2021 com o compromisso de formar equipes oficiais exclusivamente com atletas oriundos de projetos e movimentos sociais, futebol de várzea e comunidades carentes.
Na noite do crime, João Vitor não queria ir à escola:
“Quando a mãe dele saiu para trabalhar, na noite de ontem, ele disse para ela que não queria ir para o colégio e a mãe dele disse: ‘vá para o colégio, meu filho’”, disse José Carlos Fontes da Silva, pai de João Vitor.
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João Vitor (ao centro) tinha sido contratado por um clube de futebol de Pernambuco há menos de um mês — Foto: Reprodução/Instagram
José Carlos contou que o filho não tinha envolvimento com crimes e que era querido pelas pessoas do bairro. “Era um menino bom, todo mundo aqui gostava do meu filho. No fim de semana eu levei ele para acompanhar o jogo do Auto Esporte, todo mundo tirou foto com ele, era muito querido”, disse.
O pai de João Vitor é ex-jogador, com passagens por clubes como o Auto Esporte, na Paraíba, o Santos, em São Paulo e Cabofriense, no Rio de Janeiro, encerrando a carreira em 1988, ao voltar para a Paraíba.
“Ele vinha sendo trabalhado para jogar desde cedo, era um jogador de melhor qualidade e acabaram com a carreira do meu filho dessa maneira”, contou.
Paraíba tem média de sete feminicídios por mês em 2022
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De janeiro a dezembro de 2022, 85 mulheres foram vítimas de crimes letais intencionais em toda Paraíba — Foto: Wagner Magalhães/Arte G1
Outro destaque que os dados solicitados pelo g1 trazem são no número de mortes violentas de mulheres no estado.
Um total de 85 mulheres foram mortas, vítimas de crimes letais intencionais, na Paraíba, de janeiro a dezembro do ano passado. Em média, sete mulheres foram mortas por mês em 2022.
Deste total, 24 casos estão sendo investigados como feminicídio — 28% dos assassinatos de mulheres no estado.
