O Banco Central anunciou que vai realizar leilão adicional de “swap cambial” nesta terça-feira (2).
Essa operação significa venda de dólar no mercado futuro, sem envolver as reservas de moeda estrangeira do país (entenda mais abaixo).
Trata-se de uma intervenção indireta no mercado de câmbio — primeira no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (1º), em um dia no qual a moeda norte-americana chegou a ser cotada a R$ 5,06.
Os contratos de “swap”, mesmo sendo ofertados no mercado futuro, influenciam a cotação do dólar no mercado a vista.
A operação é usada pelo Banco Central para evitar fortes variações no mercado de câmbio.
O termo “swap” se refere a uma troca e, no contexto de swap cambial, a troca envolve fluxos de caixa baseados em duas diferentes moedas (no caso, real e dólar).
Ao justificar o swap, o Banco Central explicou que isso é necessário diante dos efeitos do resgate de Nota do Tesouro Nacional, subsérie A3 (NTN-A3), que são títulos atrelados ao câmbio.
A data do resgate desses títulos está prevista para 15 de abril.
Sendo assim, é interessante para o governo tomar essa medida no sentido de evitar aumento da cotação do dólar diante da alta na demanda pela moeda.
Como funciona
No leilão, o BC especifica o volume de contratos e a taxa de swap.
Os participantes do mercado (como bancos e outras instituições financeiras) então oferecem lances com base nesses contratos.
Uma vez acordados, os contratos têm uma data de vencimento predeterminada, quando ocorrerá o ajuste financeiro entre as partes, baseado na variação da taxa de câmbio e das taxas de juros envolvidas.
- Se o real se desvaloriza em relação à moeda estrangeira, o banco central paga a diferença aos detentores dos contratos;
- Se o real se valoriza, os detentores dos contratos pagam a diferença ao BC.
G1