Países da América do Sul propõem criação de mecanismo de integração continental; entenda
Os 12 países sul-americanos divulgaram nesta sexta-feira (6) um documento, intitulado “Mapa do caminho para a integração da América do Sul”, em que propõem a criação de um mecanismo “ágil e flexível” para fortalecer a integração no continente. O ofício menciona também um calendário de diálogos entre os presidentes e ministros das Relações Exteriores dos respectivos países, além da formação de redes de contato setoriais para promover a cooperação em diversos tópicos.
“Para fomentar o diálogo regular a que se refere o ponto 6 do Consenso de Brasília entre os Estados, propõe-se um mecanismo ágil e flexível, que não implique a criação de novas estruturas institucionais rígidas ou organismos permanentes”, diz o documento. O trecho citado ressalta que os países sul-americanos “reconheceram a importância de manter um diálogo regular”, para impulsionar o processo de integração da América do Sul e “projetar a voz da região no mundo”.
De acordo com fontes do Ministério das Relações Exteriores, o mecanismo proposto não chega a ser, de fato, uma entidade, como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), criada em 2008. O organismo tinha sede e estrutura físicas, além de secretariado. A nova ideia é criar um mecanismo com menor grau de institucionalidade. “Cada país coordenará o processo por um período rotativo de seis meses, para facilitar a gestão do diálogo regular regional e o progresso das iniciativas setoriais”, diz o texto.
Os presidentes dos países da América do Sul estiveram em Brasília em 30 de maio para uma reunião multilateral, de iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, eles assinaram o Consenso de Brasília, documento que elege a integração e o combate às mudanças climáticas como prioridades para os próximos anos na região.
No texto, endossa-se a visão de que “a América do Sul constitui uma região de paz e cooperação, baseada no diálogo e no respeito à diversidade dos nossos povos, comprometida com a democracia e os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável e a justiça social, o Estado de direito e a estabilidade institucional, a defesa da soberania e a não interferência em assuntos internos”.
R7