O calor vai continuar intenso em grande parte do país. Paralelamente a isto, as chuvas vão permanecer escassas no território nacional. As previsões são sustentadas pelo prognóstico para a primavera, estação iniciada no último dia 22 e que vai até 21 de dezembro, e também pela onda de calor que atua no momento.
O Brasil está sob o alerta de uma onda de calor. Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o aviso é de perigo potencial, o mais brando em uma escala de três níveis. Ainda assim, até a próxima quarta-feira (2/10), as temperaturas podem ficar mais de 5°C acima da média.
Cuiabá teve a temperatura mais elevada do Brasil no sábado (28/9): 43°C. No domingo (29/9), a capital do Mato Grosso também esteve no topo do calor, mas com 42°C. Nesse dia, municípios dos estados de Goiás e do Tocantins também estiveram entre os cinco mais quentes com temperaturas variando de 41,2°C a 41,7°C. Peixe (TO), Porto Nacional (TO), Palmas (TO) e São Miguel do Araguaia (GO).
As altas temperaturas no Centro do País têm relação com a massa de ar mais seca e quente na região no entendimento do meteorologista pesquisador do Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais (Cempa), baseado na Universidade Federal de Goiás (UFG), Angel Domínguez Chovert.
“Foi observado um adiamento na finalização do período chuvoso, que teve sim uma relação com a atuação do El Niño, mas também esteve relacionado com outras anomalias observadas nas temperaturas em diferentes regiões dos oceanos”, diz Chovert.
Paralelo à onda de calor, o país também enfrenta alertas de baixa umidade. O índice pode chegar à mínima de 12% em algumas regiões. Clevelândia experimentou o menor índice no domingo: 8%.
No início de outubro deve sair um novo boletim do Monitor de Secas do Centro Nacional de Alertas e Desastres Naturais (Cemaden). O último levantamento, divulgado no início de setembro previa que 4.583 dos 5.570 municípios brasileiros, enfrentariam algum grau de seca. Destes, 1.088 estariam em condição severa ou extrema.
Chuvas
As chuvas estão modestas. No domingo (29/9), apenas 90 dos 5.570 municípios brasileiros registraram alguma precipitação. No entanto, só 10 tiveram acumulados acima de 10 milímetros (mm). A grande maioria teve menos que isto e 37 do total não chegaram sequer a um milímetro de água.
O Prognóstico da Primavera, elaborado pelo Inmet, é de que o clima permaneça seco até meados de novembro. O levantamento indica que poucos pontos do Brasil terão chuva acima da média. São eles: Acre, Roraima, sudoeste do Amazonas; sudeste da Bahia e Rio Grande do Sul. O documento também indica que Mato Grosso e Mato Grosso do Sul devem ter retorno gradual das chuvas.
“A primavera é uma estação de transição, ou seja, ela ainda recebe as características nos primeiros dias da estação passada e depois segue para a estação mais chuvosa, que é o verão. Então, outubro ainda começa quente e seco e com chuvas isoladas”, adianta a meteorologista da Climatempo, Andrea Ramos.
Sul do País
Nas últimas semanas, as localidades onde houve chuva mais significativa ficam no Rio Grande do Sul. No entanto, as precipitações vieram acompanhadas de estragos. A Defesa Civil do Rio Grande do Sul recebeu registros de prejuízos em 55 municípios. Os últimos dados, divulgados na segunda-feira (30/9) apontam 136 pessoas desabrigadas e 429 desalojadas.
“As chuvas destes dias podem ser interpretadas como uma situação de normalidade pelos acumulados observados, apenas na região Sudeste do Rio Grande do Sul houve um volume acumulado um pouco acima do normal para o período”, explica o hidrólogo do Cemaden, Jorge Luiz Barbarotto Júnior.
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