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O que fazer com o dinheiro do 13º salário? Especialistas respondem

 

A contagem regressiva do trabalhador de carteira assinada para receber o 13º salário já começou. Muitos, porém, não sabem o que fazer com o dinheiro. Segundo especialistas , o abono natalino deve ser guardado para emergências, em vez de ser gasto imediatamente.

Neste ano, a primeira parcela será paga até o dia 30 de novembro, e a segunda, até 20 de dezembro. Para o educador financeiro Rogério Araújo, quem não tem dívidas deve usar o 13º para formar ou aumentar sua reserva de emergência.

Como o próprio nome diz, trata-se de um dinheiro guardado para imprevistos que exijam gastos repentinos. A reserva de emergência é importante para quem perdeu o emprego, por exemplo.

Vale ressaltar que ela deve ser aplicada em algum investimento que possa ser rapidamente sacado, caso necessário. Essa característica é chamada pelo mercado financeiro de liquidez, como acontece com Tesouro Selic, CDBs de liquidez diária e Fundos DI com taxa zero de administração. Todos eles são de renda fixa. Em outras palavras, garantem remunerações regulares todo mês.

Já para quem tem dívidas, Rogério Araújo recomenda que uma parte do 13º seja usada para quitá-las.

“O endividado deve ajustar as parcelas da dívida, quitar alguma coisa que seja necessário para diminuir esse valor de parcela, esse gasto mensal”, afirma ele.

Porém, ele também indica ao trabalhador inadimplente usar outra parte do 13º para a reserva de emergência e, consequentemente, iniciar o planejamento financeiro para 2024.

“É interessante para que a pessoa consiga ter um planejamento financeiro para seguir o ano que vem com mais tranquilidade, pensar no começo do ano também. Quem tem filhos e material escolar, quem tem automóvel, tem IPVA, IPTU, todas essas questões tributárias e começo de aula”, orienta.

Por sua vez, Diego Renan, educador financeiro e consultor de investimentos, tem uma visão um pouco diferente. Para ele, se o trabalhador não conseguir quitar integralmente suas dívidas, ele deve partir para uma renegociação.

“Se o devedor não conseguir quitar totalmente suas dívidas com o 13º, ele somente vai pagar os juros da dívida e só vai perder dinheiro”, afirma ele. Uma primeira alternativa é marcar uma conversa com o credor.

“Às vezes, o credor quer resolver aquilo ali na conversa. Se for banco, sempre acontece uma negociação boa, porque os bancos precisam prestar contas ao Banco Central em relação aos inadimplentes, então, quanto menos inadimplentes ele tiver, melhor. Eu tenho alunos que já conseguiram quitar dívidas com até 90% de desconto e, ainda, parcelando em 12 vezes”, opina Renan.

Outra opção para esse cenário, segundo o especialista, é aplicar o dinheiro e aguardar uma eventual oportunidade de renegociação no site do Serasa, o Feirão Limpa Nome.

Não conte com o 13º

No entanto, Rogério Araújo e Diego Renan concordam em uma coisa: “não é saudável” contar com o 13º na hora do planejamento financeiro.

“Eu acho arriscado [contar com o 13º] porque, hoje, numa política incerta, num mercado de trabalho incerto, o desemprego pode chegar antes, e o 13º pode não vir naquela mesma proporção que a pessoa está esperando”, explica Araújo.

“Eu gosto muito mais de você ter o sentimento de um dinheiro extra, você não tinha se comprometido com aquele dinheiro. E aí esse dinheiro novo fica muito mais tranquilo de você poder investir para o seu futuro, investir para os seus sonhos ou gastar com alguma coisa que vai fazer sentido para você”, complementa Renan.

 

R7

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