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O que é a 4ª revolução que pode transformar a produção de alimentos


Expectativa é de que aplicação da eletricidade no cultivo possa ajudar a combater a crise alimentar global, reduzindo as consequências ambientais da agricultura em grande escala — Foto: Getty Images via BBC

Expectativa é de que aplicação da eletricidade no cultivo possa ajudar a combater a crise alimentar global, reduzindo as consequências ambientais da agricultura em grande escala — Foto: Getty Images via BBC

Os cubos laranja translúcidos, balançando sob luzes intensas, parecem um doce. Algo como ursinhos de goma ou delícia turca (sobremesa típica da Turquia, feita de amido de milho e açúcar).

Se não fossem as folhas verdes em meio a eles, eu ficaria tentado a colocar uma na boca.

“Muitas vezes temos que lembrar aos visitantes de não comê-los”, diz a técnica de pesquisa Maddalena Salvalaio.

Os cubos são feitos de hidrogel, um material com estrutura em rede que retém líquidos. É mais usado em dispositivos médicos e fraldas.

Mas aqui, no Laboratório de Morfogênese Vegetal do Imperial College de Londres, Salvalaio e o pesquisador Giovanni Sena estão utilizando o material para mudar o futuro da agricultura vertical.

O segredo desta nova abordagem são eletrodos posicionados nas laterais dos cubos.

O estudo faz parte de uma tendência que começou há duas décadas e que busca estimular a agricultura usando eletricidade em sementes, culturas e solos.

A questão tornou-se tão importante que instituições como a Fundação Nacional de Ciência (NSF, na sigla em inglês) dos EUA destina milhões para estudar como o plasma frio pode ser usado na agricultura, na forma de raios que são emitidos em salas com temperaturas controladas.

A proliferação de novos projetos pareceria muito familiar aos praticantes de uma estranha obsessão do século 19: a eletrocultura, técnica na qual a eletricidade era aplicada às plantas para fazê-las produzir melhores flores, folhas e frutos, ou mesmo livrá-las de pragas – com resultados diversos.

A nova geração de pesquisadores evita a palavra “eletrocultura”, preferindo termos como “agricultura inteligente” ou “quarta revolução agrícola”.

No entanto, o mecanismo subjacente permanece o mesmo e os defensores estão unidos na convicção de que, depois de séculos sem resultados, a aplicação de eletricidade em plantas está finalmente pronta para dar frutos.

A esperança é que estes sistemas futuristas possam ser utilizados para combater a crise alimentar global, reduzindo as consequências ambientais da agricultura em grande escala.

Segundo uma estimativa de 2005, em nível global, os diversos componentes da agricultura podem contribuir com entre 10% e 12% das emissões de gases do efeito estufa por ano.

A produção de fertilizantes sintéticos criada pelo processo Haber-Bosch, que consome muita energia e revolucionou a agricultura no início do século 20, é responsável por centenas de milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano.

E a erosão do solo causada pelo uso não regulamentado da terra acrescenta ainda mais.

Por isso muitos pesquisadores da nova onda de agricultura elétrica acreditam que a técnica pode desempenhar um papel na melhoria da produção de alimentos.

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