Novo Ensino Médio: ajustar ou revogar? Entenda em 7 pontos o debate que envolve alunos e MEC
Em seu segundo ano de vigência, o Novo Ensino Médio, que traz mudanças na grade curricular e oferta de disciplinas optativas em todas as escolas do país, possui pontos positivos, de acordo com especialistas, mas também tem sido alvo de críticas por grupos que chegam até a defender sua revogação.
📊 CONTEXTO: Com o início do ano letivo e a obrigatoriedade de implementação do modelo a partir deste ano e, portanto, mais estudantes sob as novas regras, a reforma do ensino médio tem mobilizado discussões acaloradas nas redes sociais.
Falta de estrutura adequada nas escolas, despreparo dos professores e conteúdos inusitados em contraposição à diminuição da carga horária de disciplinas tradicionais são apontados como um risco de ampliar ainda mais a desigualdade no acesso ao ensino superior entre alunos oriundos do sistema público e os da rede privada.
O Ministério da Educação (MEC) diz que a questão “transcende a simples revogação e passa pelo debate sobre melhoria da qualidade”. A pasta pretende fazer uma “ampla pesquisa com toda a comunidade escolar” para “corrigir distorções”.
O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), que representa as redes estaduais, afirma que “aprimoramentos e ajustes” podem e devem ser discutidos, mas que a revogação “não é o caminho para tornar essa etapa mais atrativa ao estudante”.
Alguns estados, como São Paulo, já têm pensado em fazer mudanças. O governo paulista estuda reduzir as opções de formação específica para poder dar mais apoio às escolas.
1 – O que é o Novo Ensino Médio? 📝
- É um novo modelo obrigatório a ser seguido no ensino médio por todas as escolas do país, públicas e privadas.
- Cada estudante pode montar seu próprio ensino médio, escolhendo as áreas (os chamados “itinerários formativos”) nas quais se aprofundará. A intenção é que sejam três anos de estudo com: conhecimentos básicos de cada disciplina + conteúdos focados nos objetivos pessoais e profissionais dos alunos.
- Foi criado o chamado “projeto de vida”: um componente transversal que será oferecido nas escolas para ajudar os jovens a entender suas aspirações.
- Sancionado em 2017 no governo Temer, entrou em vigor em 2022 e prevê a implementação gradual até 2024.
- Se antes o modelo antigo era visto mais como uma preparação para o ensino superior, agora, a proposta é dar uma formação mais voltada ao mercado de trabalho.
Professora em sala de aula — Foto: Freepik