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‘Dinheiro esquecido’: empresas como Americanas, McDonald’s, Apple e Havan têm valores a receber

 

Não foram apenas pessoas físicas que “esqueceram” dinheiro em instituições financeiras. Segundo o sistema de consulta do Banco Central do Brasil, grandes empresas como Americanas – em processo de recuperação judicial –, McDonald’s, Apple e Havan também têm recursos parados.

Essas companhias fazem parte de um universo de 2 milhões de CNPJs com valores a resgatar, segundo balanço do BC. O Sistema Valores a Receber (SVR) tem cerca de R$ 6 bilhões disponíveis, sendo a maioria de pessoas físicas, com 38 milhões de CPFs a receber (veja mais abaixo como consultar).

A lista de empresas com dinheiro a receber inclui a Americanas, que teve pedido de recuperação judicial aceito em 19 de janeiro, após a revelação de um escândalo contábil de R$ 20 bilhõesA crise acarretou em impasse com credores e dívidas que chegaram ao patamar de R$ 43 bilhões.

Sistema do BC mostra que Americanas tem valores a receber. — Foto: Reprodução/Banco Central

Sistema do BC mostra que Americanas tem valores a receber. — Foto: Reprodução/Banco Central

Buscas feitas pelo g1 no sistema do BC mostram que até instituições bancárias têm dinheiro represado. É o caso de três grandes bancos privados do país: BradescoItaú e Santander. Os respectivos valores não puderam ser consultados.

Sistema do BC mostra que Bradesco tem valores a receber. — Foto: Reprodução/Banco Central

Sistema do BC mostra que Bradesco tem valores a receber. — Foto: Reprodução/Banco Central

Veja algumas empresas com valores a receber, segundo sistema do Banco Central:

  • Americanas
  • McDonald’s
  • Apple
  • Havan
  • Eletrobras
  • Bradesco
  • Santander
  • Itaú
  • JBS
  • Via S.A – dona das Casas Bahia e Ponto (antiga Pontofrio)

 

15 milhões de acessos

 

O sistema do Banco Central do Brasil para consulta de valores esquecidos em instituições financeiras teve 15 milhões de acessos três primeiros dias de reativação da página de buscas, entre terça (28) e quinta-feira (2).

De acordo com o BC, foram 5,1 milhões de consultas públicas realizadas no primeiro dia, 5,6 milhões no segundo e, no terceiro, 4,3 milhões.

Do total, 4 milhões tiveram resultados positivos – ou seja, possuíam saldo a resgatar –, o que representa 27% do total. Outras 11 milhões (73%) não encontraram nenhum recurso a sacar.

Vale ressaltar que, se a mesma pessoa consultou duas vezes, o sistema contabilizou os dois acessos. Quem tiver dinheiro esquecido poderá sacar a partir da próxima terça-feira (7).

Minoria tem mais de R$ 1 mil a receber

Um relatório do Banco Central sobre valores esquecidos mostra que 643.105 pessoas têm mais de R$ 1.000,01 a sacar.

Os dados também dão conta de que 4,6 milhões de pessoas têm entre R$ 100,01 e R$ 1.000 esquecidos. A maior parcela de beneficiários, no entanto, é de quem tem até R$ 10: estes são, ao todo, 29,2 milhões de pessoas.

Os números são referentes ao total de contas – uma pessoa pode ter mais de uma conta aberta com dinheiro esquecido. Os dados divulgados nesta semana pelo Banco Central são referentes a janeiro de 2023.

Página do Banco Central para consulta aos valores esquecidos em bancos — Foto: Reprodução/Banco Central

Página do Banco Central para consulta aos valores esquecidos em bancos — Foto: Reprodução/Banco Cent

  • acima de R$ 1.000,01: 643.105 contas | 1,37% do total
  • entre R$ 100,01 e R$ 1.000,00: 4.694.862 contas | 10,03% do total
  • entre R$ 10,01 e R$ 100,00: 12.195.837 contas | 26,05% do total
  • entre R$ 0,00 e R$ 10,00: 29.282.110 contas | 62,55% do total

Como consultar

 

O SVR tem disponíveis cerca de R$ 6 bilhões em valores a receber para 38 milhões de CPFs e 2 milhões de CNPJs.

O Banco Central ressalta que o único site no qual é possível fazer a consulta e saber como solicitar a devolução dos valores para pessoas jurídicas ou físicas, incluindo falecidas, é o https://valoresareceber.bcb.gov.br.

A consulta aos valores esquecidos estava suspensa desde abril de 2022, assim como os saques. Será permitido o saque dos recursos também pelos herdeiros e representantes legais dos falecidos.

G1

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