Níveis baixos de vitamina D podem ocasionar fraturas ósseas, alerta dermatologista da rede municipal de saúde
Vivemos em uma cidade que desfruta de sol quase o ano todo, mas, ainda assim, é cada vez mais comum ouvirmos alguém dizer que está com os níveis de vitamina D baixos. Segundo especialistas, isso vem acontecendo porque estamos nos expondo menos à radiação solar nos horários recomendados ou permanecendo mais tempo em ambientes fechados. Hormônio que regula a absorção adequada de cálcio no intestino, o déficit de vitamina D pode ocasionar osteoporose, fraturas ósseas, entre outras doenças.
A vitamina D tem um papel fundamental para nosso corpo. Ela atua no fortalecimento do sistema imunológico, prevenindo doenças como psoríase, artrite reumatoide e doença inflamatória intestinal; ajuda a prevenir a diabetes tipo 2, atuando na produção de insulina, o hormônio que regula os níveis de glicose no sangue; e fortalece os músculos, pois regula a contração e relaxamento e participa na formação muscular, melhorando a força e o equilíbrio.
“Já se fala em epidemia hipovitaminose D no mundo por causa da ingestão insuficiente de vitamina D. Tudo isso relacionado aos hábitos de lazer e de trabalho em ambientes abrigados da proteção solar, característicos da sociedade moderna que não se expõe ao sol em seu dia a dia”, comenta a dermatologista Daniela Gadelha, que atende na Policlínica Municipal da Praia, que é ligada à rede de saúde da Prefeitura de João Pessoa.
Segundo estudos, crianças com deficiência de vitamina D desenvolvem raquitismo e adultos podem sofrem de osteomalácia (enfraquecimento dos ossos) e osteoporose. E em idosos, a falta desse hormônio causa perda de força muscular e ocasiona maior risco de quedas e fraturas do colo do fêmur.
Os índices de vitamina D no corpo variam de acordo com a idade e a fase da vida. Para pessoas saudáveis com até 60 anos, a taxa ideal é 20 ng/ml. Quem tem acima de 61 anos, insuficiência renal, osteoporose, síndromes de má absorção, mulheres grávidas ou amamentando devem ter entre 30 e 60 ng/ml de vitamina D. Esses valores são verificados com a realização de um exame de sangue.
“A principal forma de estimular a produção da vitamina D é pela exposição solar. Apenas 20% desse hormônio chega ao organismo por meio da alimentação. Então, a recomendação é tomar sol antes das 10h e após às 16h, sempre com uso de proteção solar”, explica a dermatologista.
“Mas o nível de vitamina D sintetizado em nosso corpo depende de vários fatores, como estação do ano, cor da pele, hábitos alimentares, determinação genética. Então, muitas vezes, a suplementação com acompanhamento médico é necessária”, acrescenta Daniela Gadelha.
Óleo de fígado de peixes, frutos do mar e gema de ovo e leite são alguns dos alimentos que ajudam a aumentar os níveis dessa vitamina no organismo. Mas, como citou a dermatologista, o ideal é aproveitar os benefícios do sol, com moderação, para promover a síntese adequada de vitamina D. Por isso, é indicado que as pessoas tomem sol diariamente de 5 a 15 minutos e sempre com uso de protetor solar.
Atendimento – Para realizar uma consulta com um dermatologista por meio das policlínicas municipais, os usuários devem procurar primeiramente sua unidade de saúde da família (USF). Eles são encaminhados pelas equipes de saúde da família e sua consulta, exame ou procedimento especializado será marcado através da Central de Regulação, onde é verificado o serviço que oferta determinado atendimento.
-
Texto: Ellyka Gomes
Edição: Cristina Cavalcante
Fotografia: Kleide Teixeira – Arquivo/SECOM -
Secretarias