A Natura&Co passa por uma completa reestruturação financeira e de governança, e a venda faz parte de uma redução de seu endividamento. A dívida líquida da holding brasileira chega a R$ 7,4 bilhões, segundo o último balanço divulgado pela empresa.
“Com a transação, a Natura &Co fortalecerá e desalavancará seu balanço patrimonial, liberando recursos para focar em suas prioridades estratégicas, como a integração e otimização da presença da Avon International na América Latina, e aprimoramento dos negócios da The Body Shop”, diz comunicado da empresa.
A Aesop faz parte da holding brasileira desde 2012. Segundo a Natura&Co, as vendas brutas aumentaram de US$ 28 milhões para US$ 537 milhões entre aquele ano e 2022. O número de lojas subiu de 52 para 395, e a Aesop passou de 8 para 29 mercados de atuação.
“Temos orgulho do notável sucesso da Aesop e somos extremamente gratos a todos os seus colaboradores, que contribuíram imensamente não só para o sucesso da Aesop, mas também para fazer da Natura &Co o que ela é hoje. Estamos confiantes de que a história de crescimento da Aesop continuará sob o controle da L’Oréal e desejamos à Aesop sucesso contínuo neste novo capítulo”, diz em comunicado Fabio Barbosa, presidente-executivo da Natura &Co.
Antes de anunciar a venda, a Natura&Co avaliou outras possibilidades, como uma cisão para entrada de um investidor na marca ou abrir capital da Aesop na bolsa de valores. Ambas foram descartadas.
Segundo o Valor Econômico, além da L’Oréal, a Aesop havia despertado o interesse de fundos como CVC e Permira, e de empresas do mercado de luxo, como a LVMH e Shiseido.
Reformulações e resultados
Além da venda da Aesop, a Natura&Co informou recentemente que seu principal executivo, Fabio Barbosa, deixará o conselho de administração para se dedicar a suas funções na presidência-executiva da companhia.
No 4º trimestre de 2022, a empresa reportou prejuízo líquido de R$ 890,4 milhões, pressionada em parte por receitas menores em todas as linhas de negócios. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado encolheu 29%.
A Natura teve queda de 11% na receita líquida, para 10,39 bilhões de reais, arrastada por Avon International e The Body Shop, que registraram uma queda de mais de 20% no faturamento. No entanto, em termos de moeda constante, a receita líquida cresceu 3%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado encolheu 29%, para 1,1 bilhão de reais, atingido por encargos de 383 milhões vinculado principalmente à Avon International e, em menor grau, à The Body Shop, onde a companhia também registrou algumas despesas de reestruturação.
Barbosa, disse em comunicado que a empresa está “redimensionando” a The Body Shop, com foco em eficiências e principais canais de varejo. O executivo afirmou que a companhia está focada em melhorar rentabilidade, fluxo de caixa e na retomada do crescimento.
“Embora esperemos que 2023 seja mais um ano desafiador, nosso foco na geração de caixa e na melhoria da estrutura de capital da empresa nos permitirá investir em nossas prioridades”, afirmou Barbosa.
G1