O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (22) que quer ampliar o fluxo comercial do Brasil com o continente africano. Em discurso no Fórum Empresarial do Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, o chefe do Executivo afirmou que “há muito espaço para crescer” nas relações com a África.
“É inaceitável que, em 2022, o comércio do Brasil com a África tenha diminuído em um terço com relação a 2013, quando era de quase US$ 30 bilhões. O fluxo comercial com a África ainda corresponde a apenas 3,5% do comércio exterior do Brasil. Nossa rede de acordos comerciais também é incipiente. Os acordos do Mercosul com a África Austral e com o Egito datam de meu segundo mandato”, comentou Lula.
No discurso, Lula voltou a defender a instituição de uma moeda comum para transações comerciais entre os países do Brics. “Para que o investimento volte a crescer e gerar desenvolvimento, precisamos garantir mais credibilidade, previsibilidade e estabilidade jurídica para o setor privado. Por essa razão, tenho defendido a ideia de adoção de uma unidade de conta de referência para o comércio, que não substituirá nossas moedas nacionais”, disse.
“As necessidades de financiamento não atendidas dos países em desenvolvimento continuam muito altas. A falta de reformas substantivas das instituições financeiras tradicionais limita o volume e as modalidades de crédito dos bancos já existentes”, acrescentou.
O presidente também disse que o Brasil e o continente africano têm o desafio de garantir a preservação de florestas tropicais, como a floresta amazônica e a floresta do Congo. “Compartilhamos a responsabilidade de cuidar de florestas tropicais e preservar a biodiversidade. Temos em comum a preocupação de combater processos de desertificação. Os serviços ambientais e ecossistêmicos que as florestas tropicais fornecem para o mundo devem ser remunerados de forma justa e equitativa.”
R7