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Mulheres podem ter níveis mais baixos de vitamina D do que dos homens; saiba por quê

 

Responsável pelo bom funcionamento de diversas funções do organismo, a vitamina D é essencial, principalmente, para a absorção de cálcio pelos ossos. Entretanto, sua baixa dosagem pode trazer comprometimento à saúde, como a aceleração do processo de envelhecimento cerebral. Dentro dos grupos que mais sofrem com níveis deficientes da vitamina, estão as mulheres.

De acordo com o endocrinologista e metabologista José Marcelo Natividade, alguns estudos sugerem que, em determinadas faixas etárias, os níveis de vitamina D sejam inferiores no público feminino, quando comparados aos dos homens.

“Essa baixa de vitamina D é algo que ocorre em todo o mundo e, embora o Brasil seja um país de baixa latitude, predominantemente ensolarado, temos uma grande parcela populacional – cerca de 20% do país – com os níveis da vitamina aquém do esperado”, afirma o endocrinologista.

Ele complementa que quanto mais ao sul do país, estima-se que a taxa de deficiência de vitamina D entre a população seja ainda maior, atingindo os 25%.

Causas

A nutricionista Gabriela Cilla pontua que as mulheres possuem maior predisposição à baixa de algumas vitaminas, entre elas, a vitamina D.

Isso se dá pela baixa densidade de massa óssea, aumentando os riscos de osteopenia e osteoporose, que também são provocadas pela falta do nutriente.

A baixa produção de colágeno e produção de radicais livres devido ao processo menstrual também afetam o ciclo de incorporação da vitamina.

Natividade esclarece que, um dos “vilões” das baixas concentrações vitamínicas no público feminino é o estrogênio, hormônio que contribui na diminuição da absorção da vitamina D no intestino.

Gabriela completa que, durante a gestação, as alterações hormonais também podem interferir.

Ainda, mulheres durante o climatério (entre 45 e 55 anos), passam por alterações texturais na pele, que interferem na absorção da vitamina D.

O ginecologista e obstetra Alexandre Pupo, médico do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês, salienta ainda a questão alimentar.

“A falta da ingestão de alimentos que contenham vitamina D, que são aqueles de origem animal, pode comprometer a sua absorção”.

Outro fator de interferência pontuado pelos especialistas se dá pelos cuidados que a mulher possui, tanto pela aplicação de protetor solar, como pelo uso de maquiagens.

A utilização dos produtos acaba criando uma “barreira”, que dificulta a absorção adequada da vitamina pela exposição solar.

A nutricionista afirma que, embora muitas mulheres façam a suplementação vitamínica, os níveis continuam baixos devido à falta de exposição solar, fator determinante para produção do nutriente pelo organismo.

Além disso, o endocrinologista complementa que, conforme a cor da pele, a absorção pode ser dificultada, principalmente entre peles mais escuras.

Dosagem

Pupo afirma que a dosagem ideal de vitamina D é acima de 20 ng/ml entre mulheres que não tenham fatores de riscos para fraturas ou osteoporose. Para quem apresenta tais condições, a recomendação é que os níveis estejam acima de 30 ng/ml.

O ginecologista alerta, também, para os riscos da superdosagem. “Taxas de vitamina D acima de 90 ng/ml podem provocar a fixação de cálcio nas artérias, assim como facilitar a formação de pedras no trato urinário”. Assim, os níveis ideais seriam entre 20 ng/ml e 60 ng/ml.

Reposição

Natividade afirma que, entre as medidas para manter os níveis adequados de vitamina D, estão a diminuição de consumo e carboidratos refinados; evitar a obesidade; manter a prática recorrente de atividades físicas; consumir maiores níveis de peixes e crustáceos, como o salão, a sardinha e o atum.

O endocrinologista recomenda a exposição solar sem protetor solar em horários com menores emissões de raios UV (ultravioleta), evitando os horários entre 10h e 16h.

Para peles mais claras, a orientação é de exposição de, no máximo 15 minutos; peles mais escuras, em torno de 30 minutos; e peles negras, até 60 minutos.

 

 

R7

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