Motoristas de aplicativo iniciaram nesta segunda-feira (15) um protesto por melhorias na remuneração pelas corridas em várias cidades do país. Os atos foram registrados em pelo menos sete estados até às 12h.
Entre as reivindicações, estão a melhor remuneração pelas corridas, isenção de impostos e maior segurança para a categoria.
Luiz Carlos Correia de Albuquerque, presidente do Sindmobi — sindicato que representa esses profissionais no Rio de Janeiro—, afirmou que em muitas corridas o motorista não recebe nem sequer a metade do que o passageiro paga.
“As empresas têm descontado até 60% das corridas. Já não aguentamos mais”, disse.
Em nota, a Uber afirmou que a taxa de serviço cobrada dos motoristas parceiros pela intermediação de viagens deixou de ser um percentual fixo em 2018 e destacou que o condutor “sempre fica com a maior parte do que é pago pelo usuário, em qualquer viagem”.
“Nesta semana, a Uber anunciou que vai aumentar mais um nível na transparência e passar a exibir, em todos os recibos de viagens feitas pelo motorista, qual foi a taxa média considerando todas as viagens feitas nas quatro semanas anteriores”, disse a companhia em nota
Já a 99 informou que adotou soluções permanentes para incrementar os ganhos no aplicativo, como a Taxa Garantida, que “assegura aos condutores a taxa máxima semanal de até 19,99%” e o Adicional Variável de Combustível, entre outros. (veja o posicionamento completo das plataformas no final desta reportagem).
Passageiros reclamam nas redes sociais
Com o início dos protestos, passageiros começaram a reclamar e questionar os preços das corridas nas redes sociais.
Em algumas regiões do país, o custo das viagens foi afetado pelo chamado preço dinâmico, que acontece quando a demanda está muito alta em relação ao número de motoristas disponíveis.
São Paulo
Em Campinas (SP), motoristas se reuniram em protesto na Avenida Orosimbo Maia, na região central da cidade, nesta segunda-feira (15).
Entre as reivindicações, há a tarifa mínima de R$ 10 e diminuição do desconto feito pela plataforma sobre os valores obtidos em viagens, que chega a 40%.
Piauí
Em Teresina, motoristas fizeram bloqueios parciais em algumas avenidas da capital. Por lá, os condutores informaram ao g1 que o protesto segue até o meio-dia, quando vão em carreata até a Prefeitura de Teresina, e em seguida ao Palácio de Karnak, sede do governo estadual.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte por Aplicativos do Piauí (Sindmapi), os bloqueios são parciais e não impedem o trânsito.
Ceará
No Ceará, motoristas protestam nas imediações do Centro de Eventos do Ceará, no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza (CE).
Os trabalhadores reivindicam questões como o aumento das tarifas, a isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para os motoristas e mais segurança para a categoria.
O protesto deve ocorrer das 8h até 19h, segundo o Sindicato dos motoristas de transporte particular de passageiros por aplicativo e plataformas digitais de Fortaleza e Região Metropolitana (Sindaplic).
Paraná
Motoristas de Uber fazem ato no Parque São José, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba — Foto: Reprodução
Em Curitiba (PR) condutores se concentraram no Parque São José, em São José dos Pinhais. A previsão era de que uma carreata passasse pelo Aeroporto Afonso Pena e pela Assembleia Legislativa do Paraná.
Santa Catarina
Em Florianópolis (SC), a ação teve início por volta das 8h30, com a concentração dos veículos no Trapiche da Beira-Mar Norte, na orla da capital, segundo informações da Associação dos Motoristas de Aplicativo de Santa Catarina.
Depois, os participantes foram até a sede de uma empresa de aplicativo e terminaram o trajeto na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
Segundo manifestantes, entre as reivindicações está o preço mínimo de R$ 10 para cada corrida e do valor mínimo de R$ 2 por quilômetro. O número de motoristas que participam do ato não foi divulgado.
Tocantins
Motoristas de aplicativo de Palmas se reuniram desde as 8h na Praça dos Girassóis, no centro da capital. Neilton Vieira Saraiva, que representa a categoria, explicou que eles reivindicam melhores ganhos.
“A gente tem um desconto em cima de cada viagem que a gente faz, a percentagem é de até 50%. Então é um valor muito alto a ser descontado nos ganhos dos motoristas. Então, a gente resolveu fazer essa paralisação que é nacional, não só aqui em Palmas”, disse o motorista, que atua no ramo desde 2017.