Megaestrutura do 37° Salão do Artesanato Paraibano está quase pronta e abertura acontece próximo dia 12 de janeiro
A megaestrutura para a realização do 37° Salão do Artesanato Paraibano já está quase finalizada. O evento, realizado pelo Governo da Paraíba e Sebrae-PB, será aberto no dia 12 de janeiro e vai até 4 de fevereiro no estacionamento do antigo Hotel Tambaú, na Orla Marítima de João Pessoa. Nesta edição, toda a riqueza artesanal dos quilombos estará em evidência, com o tema “Quilombo, arte à flor da pele”.
A primeira-dama do Estado e presidente de Honra do Programa do Artesanato Paraibano (PAP), Ana Maria Lins, destacou que, mais uma vez, o desejo dos artesãos é atendido. “Ainda na primeira gestão do governador João Azevêdo, em conversa com os artesãos e artesãs, era grande o desejo deles de que o Salão fosse realizado na praia. Levei essa reivindicação ao governador, que logo se comprometeu em atender esse pedido. E esse compromisso vem sendo cumprido desde então”, comentou.
“Nesta edição, através de uma parceria com a Ampar, a empresa que administra o Hotel Tambaú, podemos oferecer aos nossos artesãos um espaço ainda mais amplo, privilegiado e que certamente renderá bons frutos em termos de vendas. Quero convidar a população que venha prestigiar o nosso artesanato, um dos mais autênticos do mundo, com reconhecimento e tudo o mais. E também quero desejar boa sorte aos nossos artesãos e artesãs”, prosseguiu Ana Maria Lins.
Homenagem e inclusão — O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão, em 1888. No entanto, a existência de quilombos como espaço de desenvolvimento e resistência era registrada desde 1580, com o surgimento do Quilombo dos Palmares, um dos mais conhecidos da história. Aqui na Paraíba, são 46 comunidades quilombolas com certificação, espalhadas por 25 municípios, entre os quais Santa Luzia, no Sertão paraibano, e Serra Branca, no Cariri.
E é justamente toda essa riqueza que os visitantes da 37ª edição do Salão do Artesanato Paraibano vão ter a oportunidade de conhecer a partir de janeiro, por meio de peças de cerâmicas, autênticas obras de arte, um contato intenso com a história. “Com essa homenagem aos quilombolas, o Governo da Paraíba está dizendo que somos um povo diverso. E que é necessário mostrar essa diversidade, que tem muitas representações de todos nós”, observou a secretária de Estado da Mulher e Diversidade Humana, Lídia Moura.
O artesanato quilombola é uma expressão da cultura, da ancestralidade e da identidade dessas comunidades, símbolo de resistência e de valor humanitário inestimável. Autênticas obras de arte, toda a produção artesanal é feita de materiais naturais, tradicionais e afetivos, refletindo as crenças e os valores dos quilombolas.
Entre as principais tipologias existentes nas comunidades quilombolas, estão a cerâmica, feita há séculos, com barro, água e fogo e utilizada no cotidiano da comunidade; o trançado, feito com fibras naturais, como palha, cipó e madeira, resultando em uma variedade de objetos, como cestos, chapéus, bolsas e tapetes; a tecelagem, com a confecção de tecidos com algodão, linho e seda; e a pintura, retratando principalmente o cotidiano e o respeito que os quilombolas têm pela natureza.
Toda a riqueza artesanal dos quilombos será representada por seis municípios, nos quais a gestão do PAP encontrou produção significativa: Dona Inês (Quilombo Cruz da Menina); Ingá (Quilombo Pedra D’Água); Riachão do Bacamarte (Quilombo Grilo); Santa Luzia (Talhado); Serra Branca (Lideito de Baixo); e Pombal (Os Rufinos).
Nessas comunidades quilombolas, é grande a expectativa para o 37° Salão do Artesanato Paraibano. Gileide Ferreira é presidente da Associação Comunitária das Louceiras Negras da Serra do Talhado, no município de Santa Luzia. Na Associação, 25 mulheres e, entre elas, apenas um homem, preservam um saber que já tem mais de 100 anos.
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