Médica diz que proibição de anabolizantes para fins estéticos pode favorecer mercado paralelo
A decisão do Conselho Federal de Medicina (CFM) de proibir a prescrição de esteroides androgênicos e anabolizantes, na última segunda-feira (13), para fins estéticos, de ganho de massa muscular ou de melhora do desempenho esportivo no Brasil gera críticas acerca das consequências que decisões extremas costumam trazer.
Em entrevista ao Portal ClickPB, a médica nutróloga Dra. Kettelin Arbos, explicou que a resolução desconsidera a complexidade que envolve a área estética e sua influência na saúde sistemica do paciente. “Isso vai gerar ainda mais problemas. Aumenta o mercado paralelo que já existe. Os médicos vão deixar de prescrever e as pessoas que fazem uso vão atrás de forma clandestina. A perspectiva é que piore. Vão usar de forma clandestina e vão parar nos médicos”, analisou.
Ao reforçar que a estética é um fator derivado de cuidados com a alimentação, a atividade física e outros campos, a médica Dra Arbos esclareceu ainda que costuma recomendar o produto, mas que esse impedimento pode prejudicar alguns tratamentos.
“Quando no tratamento que pode trazer melhoras para um quadro de problemas enfrentado por uma paciente, por exemplo, a mulher decide usar para melhorar sua estética, ela será impedida de usar. Então isso termina tirando a liberdade de escolha do paciente e do profissional. O uso desses hormônios é uma prática dentro da medicina, pois seus efeitos são altamente benéficos no tratamento de diversos transtornos e doenças”, destacou ao Portal ClickPB.
A decisão não estabelece como a questão será fiscalizada, o que pode estimular o surgimento de um mercado paralelo e ilegal dessas substâncias. A medida do Conselho de Medicina que restringe o uso de anabolizantes foi tomada após um crescente número de reações adversas associadas com os hormônios prescritos de forma inadequada.
ClickPB