Mãe sobrecarregada, pai ‘tranquilo’: na busca do equilíbrio familiar, educação dos filhos deve motivar mudanças
Insegurança, agressividade e falta de vontade de aprender podem ter relação direta com a (falta de) rotina familiar. Na visão de especialistas ouvidos pelo g1, o sucesso escolar começa em casa. Mas quando mães estão sobrecarregadas e os pais, muito tranquilos, quem perde é a criança que deixa de ter todo o apoio necessário para desenvolver seu potencial.
Entender que existe uma “carga mental” que recai exclusivamente sobre as mulheres é o primeiro passo, sobretudo em um momento em que a sociedade discute uma defesa retrógrada de movimentos machistas (como o da filosofia dos red pills: homens que acreditam que são superiores às mulheres e que o feminismo deve ser combatido, pois ele estaria oprimindo a classe masculina).
A carga mental sobre as mulheres que pode afetar o desenvolvimento das crianças tem relação com o desequilíbrio na divisão das tarefas familiares.
“O pai é desresponsabilizado das ações diárias que envolvem carga mental, [como] pensamentos e preocupações sobre o futuro da criança, alimentação, vestimenta, higiene, comportamentos, da carga física, como perder noites de sono, preparar alimentação, acompanhar atividades escolares, e da carga emocional que é acolher, dar colo, acalmar, gerenciar conflitos”, diz Thais Basile, psicanalista especialista em psicopedagogia institucional.
Maria Isabel da Silva Leme, psicóloga especializada em psicologia da aprendizagem, que trabalha com resolução de conflitos interpessoais, explica o que acontece: