“Você sempre pode confiar em mim para colocar o país acima do partido e de si mesmo, para manter sagrados os princípios fundamentais da América”, contrapôs Kamala, que disse em vários momentos que vai atuar para garantir liberdades.
Mais uma vez Kamala tentou firmar-se como a candidata do “futuro” e que Trump representaria o passado. “America, nós não vamos para trás”, disse ela. Logo em seguida, a multidão repetiu: “Nós não vamos para trás”.
O “egoísmo” do adversário foi pontuado em vários momentos. Ela disse que Trump teria usado o poder como presidente para melhorar a própria vida e que ele só servia a si mesmo.
Sobre um dos pontos centrais da campanha, os direitos das mulheres, ela pontuou que o republicano tenta ter o controle da Suprema Corte para interferir no tema. “Donald Trump escolheu a dedo membros da Suprema Corte dos Estados Unidos para tirar a liberdade reprodutiva, e agora ele se gaba disso”, disse ela.
A respeito de política internacional, Kamala falou sobre uma coalizão internacional para frear o presidente russo Vladimir Putin, e citou que “Trump o encorajou a invadir nossos aliados”, fazendo referência à Ucrânia. A vice-presidente dos EUA também disse que vai fortalecer as forças de segurança do país.
Em relação a Israel, afirmou que vai atuar para que o país “nunca mais enfrente o horror promovido por uma organização terrorista chamada Hamas”. Mas também disse que o que aconteceu em Gaza é “devastador”.
A convenção
De segunda a quarta-feira (21/8), a convenção deu voz aos principais nomes dos democratas no evento realizado em Chicago – entre os quais, Joe Biden, Barack Obama, Bill Clinton, Hillary Clinton e Michelle Obama.
Na segunda, Biden subiu ao palco e discursou por quase uma hora. Em tom de despedida, ele fez um balanço da gestão, mas sempre defendendo o legado construído “com Kamala”. Ele não poupou ataques ao ex-presidente Trump e foi muito aplaudido pelos apoiadores.
Biden foi antecedido por Hillary. A ex-secretária de Estado enalteceu, durante seu discurso, as propostas sobre direitos das mulheres defendidas por Kamala, a quem disse que não descansaria até atingir este objetivo.
O ex-presidente Barack Obama encerrou as atividades na terça-feira (20/8). Ele parafraseou o tema da campanha que o levou à Casa Branca na campanha de 2008, com o popular “Sim, nós podemos”. À plateia, neste ano, Obama dizia: “Sim, ela pode“.
Falas do vice, Walz
Na quarta, o candidato a vice na chapa de Kamala, Tim Walz, usou o espaço aberto para reforçar as críticas a Trump. Walz ganhou protagonismo após taxar o republicano de “esquisito”, expressão que incomodou o democrata.
“Há pessoas que querem que você veja o nosso país como uma nação de nós contra eles. Pessoas que querem que você acredita que livros são perigosos e fuzis semiautomáticos são seguros”, disparou Walz, em referência a Trump, mas sem citá-lo nominalmente.
Kamala tornou-se pré-candidata à Casa Branca após Biden desistir da campanha. Ele estava pressionado por críticas sobre a própria capacidade cognitiva. O tema ganhou expressão depois de o democrata ir mal em um debate contra Trump.
A oficialização do nome de Kamala para representar os democratas veio após ser aclamada por unanimidade entre os 3.936 delegados. Ela parece como uma concorrente mais competitiva do que se projetava Biden.
Além de dar novo ânimo ao partido, a democrata aparece como líder de pesquisas em estados decisivos, os chamados estados-pêndulos (swing states, em inglês) ainda que por margens apertadas, em maioria.
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