Juzé, artista paraibano, lança EP e dispara nas plataformas de streaming
Você já ouviu o novo EP de Juzé? O “Doce Confeito Mel”? É bom demais. Detalhe – Juzé não é herdeiro da música nordestina – ele é a própria música que se expande global – é mais um paraibano a despontar na arte brasileira. Ele fecha setembro com o EP de 4 músicas e vídeos gravados em João Pessoa, sua cidade natal. Juzé é o tal. Som massa, como a gente dizia nos anos 80.
Cantor, compositor, poeta e ator, Juzé bota a gente lá em cima. As faixas estão disponíveis nas plataformas de streaming via selo Fogo no Paiol / Nikita Music Digital e os vídeos inéditos no canal dele no YouTube
A descoberta de Juzé vale seu envolvimento
Juzé, nascido Zé Neto em João Pessoa, tem 36 anos. Juzé já formou dupla com Lukete, outro cabra da peste, paraibano, apelido de infância de Lucas Queiroga, artista de 33 anos. Juntos, Juzé & Lukete conquistou o Brasil nas telas, telenovelasnos personagens Totonho e Palmito, repentistas das tramasMar do sertão e Rancho Fundo”, mas agora Juzé segue solo.
Escutem O EP, dancem ao som de “Será que cabe uma Canção?” a autobiográfica “Mêi Sargaço, Meio Mato” e leia nossa conversa aqui no MaisPB com Juzé, até o fim da entrevista, ele fala dos Gonzaga, agradece ese multiplica, palpita, rodopia e faz um aboio – que sé ele sabe, né Gilberto Gil? Ah e ainda ousa de chamar o filósofo Nietzsche de aboyador. Sacou?
MaisPB – Que disco bom – a gente agarrado, nós dois agarrados – tem uma hora que a voz se estica parece um aboio – além dos signos cavalo, céu, coração, amor – vamos falar da construção dessa canção, que se parece muito com a vida da gente, do mundo todo?
Juzé – Eita, Kubi, Kubi, sou teu fã, cara. Acompanho teu trabalho, isso não é conversa não. Respondendo aqui, sobre Agarrado, essa canção surgiu no dia que eu lancei ”Nordeste Destino”, que é outra canção que saiu no dia 8 de outubro, que é considerado o dia do nordestino, né? É pra algumas pessoas, e no dia do nordestino tem outro dia também, enfim. Mas nesse dia, eu lancei Nordeste Destino e estava assistindo a temporada de Cangaço Novo, onde eu tenho vários amigos que atuam, que, enfim, Alice, que estrela essa série maravilhosa, não só maravilhosa, mas talentosíssima. E eu fiz essa música após assistir uma cena dela, de Pedro Lamin, que é meu amigo também, e que fez Mar do Sertão comigo, e Pedro fez Lino, que contracena com Dinorah. Era o par romântico. E depois já assisti aquilo ali e disse, porra, tanta confusão, tanta briga, às vezes a gente quer o mundo e pode conquistar o mundo, mas sentir a pessoa que a gente ama do lado não tem graça. O sorriso não é o mesmo. E Lino morre depois de um tiroteio nessa cena e esse sentimento me veio assim, dessa canção. Enfim, saudade de um amor, saudade de uma pessoa que a gente possivelmente não vai mais ter a oportunidade de tentar alguma coisa juntos. A gente só queria estar junto, na simplicidade de gostar. E isso tudo numa paisagem sertânica, porque os elementos como você citou aí já estão presentes na pergunta. E o que é que cabe em cima do cavalo? Pouca coisa. Nós dois e pouquíssima coisa. E uma história. Nós dois e uma história.
MaisPB – Legal esse seu nome Juzé – diferente, que nos remete para a linguagem do dia a dia aqui do Nordeste, a maneira de chamar josé de Juzé, ne? Boa sacada, hein?
Juzé – Então, eu já tinha vontade de ter um nome simples, né, como artista, e eu sei que José é um nome muito comum, visto como tem Zé debaixo, Zé de Riba. Desconjuro com tanto Zé como tem Zé lá na Paraíba. E aí eu sou fã de muitos Zés, né. Tom Zé, Zé Ramalho, Zé Limeira, Zé da Luz. E sabendo que a responsabilidade de se chamar apenas José, joga a gente na raça, na poeira desses grandes nomes. E a sacada veio quando eu já senti essa vontade bem antes, há muitos anos, de transformar esse nome em José. E aí eu, enfim, tinha um sertanejo muito conhecido, que era Zé Neto, que era como a galera me chamava em João Pessoa. E diante de uma confusão de mídia que deu na época que eu trabalhava com a Juliette, de nomes, citaram que a Juliette tinha lançado uma música com o Zé Neto, com o sertanejo Zé Neto, não era o sertanejo Zé Neto, era na verdade o Zé Neto da Paraíba e enfim, aí eu já estava com essa vontade de alterar esse nome e alterei, colocando o Zé dentro do nome Z no lugar do S, e aí um amigo meu sugeriu colocar, o Pedro Mello, que é parceiro meu em outras duas canções em Doce Confeito Mel, e Será que cabe uma canção, e ele sugeriu e eu achei massa, porque na verdade o que eu queria mesmo era o Zé dentro do nome, o Juzé.
MaisPB – A terceira faixa é um delírio “Será que cabe uma Canção? ”, uma letra marcada por cenas amorosas – boa essa história da lapada na cabeça e fudeu o juízo – é uma equação, parece ser a mais provocante do EP. Estou certo?
Juzé – Talvez, sim. Talvez essa canção seja a mais provocante do EP, sim, e fala de amor de uma maneira forte, né? Agarrado fala de amor de uma maneira mais romântica, que essa fala de amor de uma maneira mais dolorida. E será que cabe uma canção pelo fato de… Será que cabe uma canção ainda hoje em dia? Veja, não diga que a canção está perdida. Será que cabe uma canção dos dias de hoje? Quando eu e Pedro a gente fazia essa canção em Miami, a gente estava num apartamento e já era tarde, a gente meio que possivelmente escutou umas falas, como se alguém estivesse reclamando e tal. Enfim, as pessoas não gostam de ser incomodadas e elas estão certas. Será que cabe uma canção nessas horas? Será que cabe mais canção hoje em dia? Será que cabe uma canção hoje em dia? Bom, não diga que a canção está perdida. Viva Raul Seixas!
MaisPB – Me diz uma coisa – você é paraibano – só poderia ser mesmo, tão arretado, tão moderno, a melhor indicação musical do momento, um estilo próprio, que ninguém tem – vamos falar dessa novidade?
Juzé – Então, quanto ao estilo próprio, eu sempre busquei isso, mas eu acho que é muito difícil, porque a gente sempre tem nossas referências, né? E nada se cria como se diz, né? Tudo se copia igual alguém já fez. É buscar decantar tudo que a gente gosta ao longo dessa vida artística e já acumulou de experiências e de influências. Para desaguar o nosso trabalho. O meu trabalho sai muito natural, então eu não fico pensando em como ser ou como me enquadrar numa caixa do mercado, sabe? Num lugar, num estante. Ele vem da forma que vem, é o que eu posso mostrar quem sou e aí eu deixo para as pessoas me colocarem nas prateleiras que quiserem, que couber o meu trabalho. É isso, é a busca do instituto próprio, mas é uma coisa muito natural, diante, claro, de todas as referências que herdei musicais da minha região, do meu lugar, enfim.
MaisPB – Juzé foi eleito um dos 25 artistas mais inovadores e interessantes de 2024 na lista Future of Music da revista Rolling Stone. Isso é já um adianto na vida, né?
Juzé – Essa história da Rolling Stone me emocionou demais assim, porque não que a gente vai, meu Deus, não sei, abestalhar com títulos ou com troféus, mas aqui é uma revista que eu sempre acompanhei e eu tinha um sonho dessa aí, nem que fosse numa notazinha assim da Rolling Stone, e aí tá nessa indicação entre os 25 nomes mais promissores e que as pessoas deveriam ficar atentas ao som e tal, e isso realmente é um presente pra história, né, tá marcado na história de um grande veículo de informação musical, citar você na lista de 25 grandes nomes assim, 25 nomes de que a gente precisa ficar atento, isso é realmente forte demais, eu fiquei muito feliz com isso.
MaisPB – Você é cantor, compositor, poeta e ator? Bora falar sobre essa amplidão do artista Juzé?
Juzé – Pois é, a arte, ela me arrebata de uma maneira muito forte que às vezes eu não sei explicar porque eu estou entrando em alguns caminhos e eles vão me levando e ela vai me puxando pela mão porque ela é essa deusa que nos cobra tudo sem prometer nada e se você não entregar tudo, você terá possivelmente nada então eu entrego a minha vida a ela desde muito novo comecei como produtor cultural do Bloco Muriçocas do Miramar, depois produzi nos shows, trabalhei com Lucy Alves, já produzi show de Seu Pereira, já produzi outros eventos, espetáculos sem falar do Bloco Muriçoca, que tô desde os 14, ou seja, muitos anos mais de 20 anos nessa história toda, entendendo o processo da economia criativa dentro da minha cidade e um grande evento que faz parte do calendário do meu estado então tudo isso me deu experiência e o poeta, o compositor. Vieram na fase da adolescência ali também, não sabia muito o que estava acontecendo. Esse fervor criativo, eu só me deixei levar por isso. E eu vejo que realmente compor é a minha maior arte, que eu admiro mais em mim. É a composição mesmo, as outras adjacentes a ela, que contemplam o autor. Mostrar a verdade da sua canção também, eu gosto muito disso. E o teatro, a dramaturgia, enfim, o teatro foi na verdade a minha primeira iniciação nas artes. Na escola de primeira infância ali, juntamente com os grupos de dança. Uma escola progressista que era no Castelo Branco, no bairro que eu nasci, onde minha avó morava. Minha mãe se criou e minha mãe trabalhava na Universidade Federal. Essa escola era muito artística, a gente tinha muita aula de arte, teatro, dança e isso realmente fez muita diferença no meu destino. Me formou como pessoa, sem falar que sou bacharel em direito, mas não exerço desde que me formei, porque assim que me formei, terminei a faculdade, larguei os estágios e fui perambular pelos bares da cidade, pelos palmos, enfim, pelas festas, pelos forrós da vida, com Os Gonzagas. A música me chamou muito mais forte do que as outras coisas, mas a pluralidade das artes me abraça também e a dramaturgia tem me abraçado e me dado emoções que eu não imaginava ter. E tô alcançando isso, tá chegando, estão chegando esses momentos, como no filme Habias Pinho, que eu gravei em Campina Grande, sobre a batuta de Gal Cunha e dos diretores, Aloízio Guimarães e Nattan, foi uma experiência absurda ao lado de um grande amigo meu, Lucas Veloso, e Mayana Neiva. Então essa experiência me deu um tremelique dentro do corpo, sem falar no meu amor de vida, que é Totonho, do personagem da novela, com meu irmão Lukete, que é um Presente, fazer aquele sorriso, aquela alegria todos os dias ali para nosso povo.
MaisPB – Fecha o EP com Mêi Sargaço, Meio Mato”, e começa recitando um poema incrível, meio areia, meio arado, é demais – mistura maresia com sargaço e poesia – é bom demais esse som. Vamos falar sobre essa canção?
Juzé – A canção Mei Sargaço, Meio Mato veio justamente num processo autofágico, de autodescoberta, ela tem alguns anos já e eu tava, acho que tem uns 10 anos essa canção, e eu tava justamente nessas questões da busca, terminando a faculdade, que caminho escolher, eu era um bom produtor cultural, um bom produtor de eventos e também, mas a música me chamava muita poesia, então ele já me dizia que sabia que um dia eu achava poesia guardada dentro de mim, essa música fala muito de quem eu sou e hoje ela tá sendo utilizada por outras pessoas, como uma amiga minha, Vitória Rodrigues, citou uma matéria que ela fez pra revista Ana Maria, agora há pouco, ela disse que essa frase resumiu muito ela, porque é uma poetisa maravilhosa, uma compositora maravilhosa, uma atriz gigantesca, uma mulher linda, preta e empoderada, nordestina, eu tenho muito orgulho de ser citado por ela. Enfim, essa canção é isso, ela tem essa força poética, a poética do mato, de uma praia, né, o resumo do que eu sou, um filho de João Pessoa, né, nascido na praia, mas com origem no sertão da minha família e, enfim, no Alto Sertão Paraibano.
MaisPB – A cantora e compositora paraibana Cátia de França, com quem você já se apresentou, foi indicado ao Grammy Latino 2024, na categoria Melhor Álbum de Rock (No Rastro de Catarina,) de Música Alternativa em Língua Portuguesa. Como você avalia essa notícia tão boa?
Juzé – Então, avaliei essa notícia de Cátia de França como uma vitória gigantesca dela, de toda a sua geração e das outras gerações que são fãs de Cátia. Cátia é uma artista que eu não economizo palavras para elogiar e para dizer o tamanho e do amor que eu tenho e de admiração que eu tenho por essa artista. Para mim é a maior compositora brasileira de todos os tempos com respeito a todas as outras e a todos os outros. Mas ela tem uma poética que me espanta, me abraça, me acaricia, me emociona. Não teve um show de Cátia de França na minha vida, em toda a minha vida. Eu já vi vários shows de Cátia em que eu não chorei. Então isso diz muita coisa e é um choro sem explicação. Muitas vezes eu não consigo explicar. Eu já tive um show de Cátia que não foi uma pessoa que eu tive uma catarse de lágrimas e não parava. Admirado, feliz, sorrindo, brincando e dançando, por ver, como eu disse no show que eu cantei com ela aqui no Rio de Janeiro, o show dela no Circo Voador, Cátia, é a possibilidade, Cátia é a certeza de ser, de existir, pra tudo e qualquer artista, uma mulher nordestina, preta, lésbica, idosa, isso é incrível, incrível, incrível, eu acho essa notícia assim, as pessoas precisam ouvir Cátia de França, Cátia de França é a saída pra muitas questões, muitas dúvidas, é realmente arte por arte, esquecendo todas as influências e os zumbidos do mercado no ouvido de um artista, é a arte pura e simplesmente de um artista, do jeito que ela sente, do jeito que ela imagina, do jeito que ela. Pensa. E tem muita qualidade poética, muita qualidade musical. Simplesmente a gente tem que bater palma mesmo para essa mulher incrível.
MaisPB – Radicado no RJ desde 2021, você escreve e interpreta ao lado de Lukete as esquetes da dupla Totonho e Palmito – pode falar sobre essa parceria?
Juzé – Então, como eu falei um pouco antes em algumas das respostas, é esse presente que eu e o Lukete a gente recebeu pra fazer essa dupla, essas cenas dos próximos capítulos, essa criação toda junto com nosso diretor, nossa equipe, uma equipe maravilhosa da novela que realiza isso de maneira sublime, desde os figurinos aos cenários, aos toques de marcação no estúdio, desde a iluminação que é absurda, são pessoas muito talentosas e esse povo todo aqui no Rio condensado fazendo isso, fazendo história e a gente podendo comunicar olho no olho, olhar pra câmera, olhar pros nossos, pra quem admira nosso trabalho e a gente pensar nos textos, porque os textos são nossos, a gente pensar nos textos já em como vão chegar nas pessoas, sabe, a gente já ter essa identificação com o nosso público de uma maneira tão próxima de, enfim, que a gente encontra na rua e conversa. E quando se vê esse carinho é o que nos dá a resposta. A gente já pensa nas pessoas, principalmente nos nordestinos, que vão nos assistir. É um presente gigantesco pra nossa história, a gente que ama tanto esse universo da poesia nordestina, da piada, da música, dos trejeitos, do palavreado, do dialeto, que é um presente gigante pra gente. A gente realmente tem muita responsabilidade com esse trabalho e faz com muito amor e alegria.
MaisPB – Ah! E o sucesso da sua arte nas novelas Mar do Sertão (2022) e Rancho Fundo (no ar) com as “Ceeenas dos próximos capítulos…” da trama. Conte aí pra gente.
Juzé – É, realmente o sucesso se condensa em carinho. O sucesso se condensa no carinho das pessoas. Quando a gente encontra na rua em vários episódios engraçados que acontecem no dia a dia. Às vezes tá sozinha a pessoa, confundir o nosso nome, chamar pelo outro, ou então encontrar e cadê o outro? Tem um carinho muito grande. Eu fui gravar um filme em Campina, e era altas horas da noite. E uma senhora saiu na porta da cena, era no bairro dela, e ela me viu e me convidou pra comer um bolo, tomar um café. Quando eu vi eu já tava na cozinha dela, conversando durante muito tempo, e a equipe no set me esperando. Então tem um carinho, assim, a gente foi na Bahia, eu e Lukete, foi um abraço de gente, assim, um carinho absoluto. Esse sucesso se reflete no povo, e isso é muito bom, muito bom de receber nas crianças, nos idosos. Realmente, é o que faz esse trabalho valer a pena, essa resposta das pessoas, e isso mostra o sucesso dessa arte, esses dois brincantes, esses dois arlequinos nordestinos, que somos nós dois, eu e o Lukete.
MaisPB – Vamos levantar a bola desse bando que toca com você – Jefferson Brito (Craviola de 12 cordas e produção musical), Caio Palitot (baixo) e Filipinho Soares (bateria).
Juzé – Esse bando é o bando que acreditou em mim antes e já tinham acreditado, Os Gonzagas. Eu ainda faço parte dos Gonzagas e tenho o maior amor por isso, por nossa história. Já são onze anos de banda e a gente realiza coisas maravilhosas, coisas lindas em uma banda em que eu tenho prazer de fazer parte e orgulho. Nesse EP “Doce Confeito Mel”, Jefferson também é dos Gonzagas. E desde Os Gonzagas, ele não via minhas canções e dizia caramba, você precisa lançar seu trabalho, você precisa lançar isso e conte comigo. Então ele é um produtor talentosíssimo, um músico habilidoso, um produtor cientista mesmo, um gênio da engenharia e da música. Então eu confio demais no trabalho dele, ele é um espetáculo como artista e como ser humano principalmente, que ele vem abraçado, ladeado por esse. É um power trio, porque a base deles é o rock’n’roll, isso é uma coisa que eu amo bastante, a base deles é o rock’n’roll, mas eles caminham por outros universos e eles conseguem transitar e entrar dentro do meu universo das minhas canções da maneira que eu necessito, né? Felipe Soares é um baterista absurdo, absurdo, muito talentoso, também produtor e tem uma história, toca com, enfim, vários artistas da paraíba, um dos que eu posso citar aqui é Val Donato, que é minha amiga e eu acho um talento absurdo, e Caio também, Caio Palitot, vem desse estilo do rock’n’roll e a linguagem dele é muito colada com o Felipe, o Groove, então eles três são muito bons juntos, né? E fazer esse trabalho, eles apostaram, a gente chegou para fazer esse trabalho assim, foi um bate-pronto e a qualidade só é, só tem a qualidade que tem por conta desses três estarem ali presentes, que já tem uma intimidade com o meu sonho. A gente já toca junto e a gente sonhava em fazer trabalhos reais a trabalhos e também já tocam juntos há muito tempo, então são pessoas que eu amo de coração, são amigos e são profissionais que eu admiro bastante.
MaisPB – Tem uma canção sua que fala no filosofo Nietzsche?
E sim, tem uma canção da gente que fala em Nietzsche, é uma canção minha e de Lukete, que foi feita no ano de 2021 mesmo, o primeiro ano que eu estava no Rio, Lukete também estava de chegada, foi no final do ano lá em casa, ele passou o Natal e réveillon na minha casa, e bateu um negócio de fazer uma coisa meio Zé Limeirica, uma coisa absurda, como o Zé Limeira dizia: “Lá vem a lua surgindo, redonda como um tijolo, meu Deus, que cheiro de bolo, mané, cadê Maria? Lá vem a lua surgindo, redonda como uma tapioca, se ela cair eu como”. E aí comecei a devanear sobre absurdos, e de bate e pronto, Lukete já acompanhou a ideia e a gente já foi versando sobre esses absurdos dessa música num tom Zé Limeirico, imagina Nietzsche aboiando numa live, e o povo lascando like, é meio que isso, tem um devaneio brincante por aí.
MaisPB