Dirigente do Progressistas, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) mantém em seu escritório, quase em tamanho real, um totem de Jair Bolsonaro. A estátua de papelão não raro pega de surpresa quem chega ao local, tamanha a similaridade com o ex-presidente da República. A homenagem também representa a fidelidade que Nogueira, ex-ministro da Casa Civil, diz ter a Bolsonaro. E é com base nela que ele garante que “jamais o trairá”, o que justifica o fato de o seu partido não aderir oficialmente ao governo Lula.
Nada impede, porém, que deputados de sua legenda o façam. Nos últimos dias, cresceu a pressão do PP para ocupar a Esplanada dos Ministérios. Nogueira diz que não vai criar nenhuma barreira ao movimento, creditado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Mas jura que, com Lula, só conversa depois que ele deixar o Planalto. O motivo: “Eu prefiro não encontrar o presidente do que dizer um ‘não’ a ele”.
Confira outros trechos da entrevista concedida a VEJA na última quarta-feira (12):
Deputados do Progressistas estão pleiteando um ministério. O partido vai aderir ao governo Lula? De forma nenhuma. Eu jamais vou aceitar qualquer tipo de apoio dos Progressistas ao governo – seja agora, seja nas eleições futuras. Isso eu lhe dou a palavra: jamais vai acontecer um apoio nosso a esse projeto do PT.
Mas ocupar um ministério não significa virar base aliada? O que está ocorrendo é que a bancada da Câmara quer indicar o cargo. Aí vai ser uma indicação total, talvez com a chancela do Arthur [Lira], do grupo que apoia o governo na Câmara. Mas jamais com a minha chancela, não tenho nenhuma participação nisso, nem vou ter.
Matéria completa na Revista VEJA