Industriais aprovam US$ 32 bi em projetos no Brics; Brasil terá 18%

O Conselho Empresarial do Brics (Cebrics), formado por representantes do setor produtivo dos cinco países-membros (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), aprovou a tomada de recursos para investimentos que somam US$ 32 bilhões. Do montante, a fatia do Brasil é a terceira maior, prevista em 18% das operações, atrás apenas da China (27%) e da Índia (23%).
O encontro, que acontece nesta semana na África do Sul, antecede a reunião dos chefes de Estado. O presidente Lula e sua delegação já estão em Joanesburgo para participar da cúpula.
A possibilidade de ampliação do bloco, com o pedido de integração de outras 22 nações, não chegou a ser debatida pelo Cebrics. O tema preocupa especialistas em relações internacionais, uma vez que a ampliação poderia levar ao possível isolamento das posições brasileiras — culminando até com a retirada do país do bloco. A hipótese ocorreria caso a maioria dos eventuais novos participantes do Brics acompanhe de forma automática as posições de China e Rússia em relação a temas como direitos humanos e Ucrânia.
O presidente Vladimir Putin estará representado no encontro por seu chanceler, Serguei Lavrov. Há um pedido de prisão do líder russo expedido pelo Tribunal Penal Internacional, em razão de alegados crimes de guerra na Ucrânia. Como a África do Sul, país-sede da Cúpula, é signatária do Estatuto de Roma, que criou o TPI, autoridades do país seriam forçadas a cumprir a sentença contra Putin. Este é o primeiro encontro presencial dos líderes dos Brics pós-pandemia e no contexto do conflito entre Rússia e Ucrânia.
R7