Uma falha no sistema de proteção contra gelo nas asas do avião é a principal suspeita apontada por especialistas para o acidente.
A formação de gelo nas asas pode tirar a estabilidade do avião e dificultar manobras. Por isso, a maioria dos modelos comerciais tem sistemas de degelo.
O mecanismo do ATR-72, modelo de uma fabricante francesa que caiu, nesta sexta-feira (9) em Vinhedo, no interior de São Paulo, não é dos mais avançados. O sistema é formado por uma camada de borracha que infla e quebra o gelo da superfície.
Em 2009, o congelamento de tubos que medem a velocidade do avião contribuiu para a queda no oceano de um Airbus da Air France, que fazia a rota entre o Rio de Janeiro e Paris.
No espaço aéreo de Vinhedo, as condições climáticas não estavam boas, o que reforça a hipótese de que houve uma falha no sistema de degelo do avião que vinha do Paraná.
Em grupos de profissionais da aviação, circula o relato de um piloto que passou perto da área do acidente.
O manual do modelo de avião que caiu determina que, em caso de severas condições de gelo, o piloto deve escapar, ou seja, fugir daquela situação. É uma orientação forte, demonstra a aeronave tem pouca chance de enfrentar o problema.
O último acidente ocorrido com um ATR-72 foi no Nepal, em janeiro de 2023. 72 pessoas morreram. A causa foi uma falha dos pilotos.
Apesar dos indícios de que uma falha no sistema de degelo pode ter sido a causa da queda, os investigadores vão trabalhar com todas as hipóteses possíveis. A apuração será feita pelo Cenipa, centro de investigação de acidentes da Força Aérea Brasileira.
- Band / Uol