Ganho de peso na juventude está fortemente associado a câncer de próstata agressivo
Um estudo apresentado nesta terça-feira (16) no Congresso Europeu sobre Obesidade mostra que o risco aumentado ao câncer de próstata pode começar na segunda e na terceira décadas de vida devido ao ganho de peso.
O trabalho, que analisou dados de mais de 250 mil homens na Suécia, revelou uma forte ligação entre o câncer de próstata agressivo e o ganho de peso entre 17 e 29 anos.
Todos os participantes do estudo tiveram o peso medido pelo menos três vezes entre 17 e 60 anos, como parte de um programa prévio de estudo da obesidade. A média do período de acompanhamento foi de 43 anos, e nenhum deles tinha câncer de próstata no momento da inscrição.
Ao longo do período, 23,3 mil indivíduos desenvolveram um tumor na próstata. A idade média no momento do diagnóstico era de 70 anos. Desse total, 4.790 morreram por causa da doença.
Os pesquisadores identificaram que, na média, os participantes do estudo ganharam 0,45 kg por ano em um período de 16 anos, sendo maior no início da vida (0,73 kg/ano).
Eles constataram que a cada 1 kg que os homens ganhavam entre 17 e 29 anos, aumentava-se em 13% o risco de câncer de próstata agressivo e em 27% o risco de a doença ser fatal.
Há uma explicação para isso, segundo a pesquisadora Marisa da Silva, do Departamento de Medicina Translacional da Universidade de Lund, uma das autoras do trabalho.
“Pesquisas anteriores implicaram concentrações elevadas de fator de crescimento semelhante à insulina-1 (IGF-1), um hormônio que está envolvido no crescimento e desenvolvimento celular, com um risco aumentado de câncer de próstata. Os níveis desse hormônio são elevados em pessoas com obesidade, e um aumento acentuado no peso pode alimentar essa elevação e o desenvolvimento do câncer”, disse em comunicado.
Os resultados do estudo servem de alerta sobre a prevenção da obesidade e do sobrepeso na juventude, de acordo com os autores.
Os tumores de próstata são os mais frequentes em homens no Brasil, depois dos de pele. Também é o segundo tipo de câncer com maior letalidade, atrás do de pulmão.
R7