Funjope abre exposição ‘Apontamentos de Cura’, do artista Everton David, nesta sexta-feira
A Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) abre, nesta sexta-feira (5), na Galeria Casarão 34, a exposição ‘Apontamentos de Cura’, do artista Everton David, sob a curadoria de Walter Arcela. A mostra, que faz parte do edital de ocupação do equipamento, segue aberta à visitação até 31 de julho, com entrada gratuita, e reúne cerca de dez obras.
“Essa ação no Casarão 34 faz parte da nossa política de editais. Nós estamos realizando já há três anos um processo de ocupação artística de todos os nossos equipamentos de cultura – Casarão 34, Casa da Pólvora, Hotel Globo – por meio de editais. O edital é um instrumento muito importante porque valida o processo de seleção, dá legitimidade e autoridade aos artistas selecionados”, observa o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.
Ele ressalta que a Funjope tem agregado um valor imenso a esses equipamentos por meio desse processo de ocupação. “Parabenizo o artista selecionado, sabendo que o Casarão 34 é um ambiente de muito respeito e muita aceitação na comunidade de artistas de João Pessoa. É ali onde realizamos nossas melhores exposições, inclusive o Salão Municipal de Artes Plásticas, o Samap, que nós já estamos preparando para fazer mais um este ano”, declara.
O artista Everton David explica como será a mostra. “São diversas técnicas de diversos tipos de trabalho que eu estou apresentando. Tem escultura, instalação, fotografia. Como artista, não tenho uma técnica que move toda minha pesquisa, minha produção. Eu vou falando sobre temas que me interessam e, a partir desses temas, eu vou desdobrando as ideias em diversas técnicas. Então, eu trabalho com objeto, instalação, performance, fotografia, vídeo e, por aí vai”, conta o artista.
Nesta exposição, ele fala muito sobre uma ideia de cura. “Eu costumo dizer que a minha pesquisa parte sobre uma investigação social das doenças e das curas possíveis e utilizo muito materiais que se relacionam com esse universo. Então, vai ter momentos em que vou estar usando bulas de medicamentos, outra hora eu vou estar usando caixas ou construindo pílulas”, relata.
O trabalho, segundo Everton David, é uma espécie de produção terapêutica para ele, mas também uma possibilidade de jogar para o público, para a sociedade essa interação com a arte, dentro dessa possibilidade de cura, de cada cura pessoal. “Não necessariamente a cura de uma doença, mas a cura também da sociedade como um todo. É uma cura ampliada. Parte muito dessa investigação do que adoece a sociedade”, explica.
Dentro da exposição, há uma obra maior que é uma retrospectiva que o artista faz de sua pesquisa. Em 2024, ele completa dez anos de sua primeira exposição individual e, por isso, traz um apanhado da produção ao longo desse tempo.
“A parede principal da galeria é composta por uma série de trabalhos e processos que traçam essa cartografia, é como se fosse um mapa mental de toda a minha pesquisa. Essa parede é bem representativa para mim”. Nela há muitos desenhos do início da carreira, esquemas e materiais que ele costuma utilizar.
“Essa exposição é muito importante nesse momento da minha carreira e soa como uma retrospectiva pessoal, embora não seja. Na construção desse projeto eu revivi toda a pesquisa e pude observar o quanto veio um amadurecimento do trabalho, de técnicas, de temas. E apresentar isso para o público, para as pessoas que me acompanham é de extrema importância para mim, ainda mais no contexto das artes paraibanas, porque sou do interior da Paraíba. Ter esse avanço na carreira, ver como evoluí é muito gratificante”, afirma o artista.
Serviço – A Galeria Casarão 34 funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h e, aos sábados, das 9h às 12h, e fica localizada na Avenida Visconde de Pelotas, 34, Centro de João Pessoa.
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