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Exportação de carne bovina para China mais que dobrou em 2022

Os valores de exportação de carne bovina do Brasil para a China mais que dobraram em 2022. Saíram de US$ 3,906 bilhões em 2021 para US$ 7,950 bilhões em 2022. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços.

A proteína é um importante produto do comércio internacional do Brasil. O Brasil vendeu US$ 11,81 bilhões de “carne bovina fresca, refrigerada ou congelada” para o mundo. Só a exportação para a China corresponde a 67%.

Só em janeiro de 2023, a venda da proteína para a China somou US$ 483,3 milhões. O valor supera o que foi exportado para o 2º maior destino da carne bovina brasileira, os Estados Unidos, em todo o ano de 2022.

Ministério da Agricultura e Pecuária anunciou na 4ª feira (22.fev.2023) a suspensão temporária do comércio de carne bovina com a China. O motivo: a confirmação de um caso do mal da “vaca louca” em Marabá (PA).

A EEB (encefalopatia espongiforme bovina) é uma doença degenerativa causada por um príon (partícula infecciosa formada por uma mutação de proteínas). A partícula é menor do que um vírus e não configura um ser vivo.

Em bovinos, o príon afeta progressivamente o sistema nervoso e provoca comportamento alterado e irritabilidade –daí o nome “vaca louca”. O mal leva à morte do animal em 100% dos casos. Não há tratamento ou vacina contra a doença.

Existem duas formas da enfermidade: a típica (ou clássica) e a atípica. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, a doença é considerada atípica “quando originada dentro do próprio organismo do bovino, se dá de maneira espontânea e esporádica e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados”.

Já a forma clássica do “mal da vaca louca” é transmitida por meio do alimento, o que pode levar à disseminação rápida em um rebanho.

Em animais, se dá pela ingestão de farinhas de carne e ossos, tecidos nervosos, cama-de-aviário, dejetos de suínos ou qualquer outro tipo de alimento que contenha em sua composição proteínas de origem animal.

O período de incubação do príon varia de 2 a 10 anos –por isso, a ocorrência de casos é mais comum em bovinos mais velhos.

Os sintomas mais comuns são alterações no comportamento sociável dos animais, causando agressividade, medo excessivo, depressão e isolamento. A infecção no sistema nervoso também afeta o sistema motor e provoca tremores musculares, perda de coordenação e dificuldades para se locomover.

Em humanos, a transmissão se dá pela ingestão de carne contaminada ou por transfusão de sangue de outra pessoa com a presença dessa partícula de proteína e causa uma variante, chamada doença de Creutzfeldt-Jakob, com efeitos similares ao “mal da vaca louca“.

O 1º caso da doença foi relatado no Reino Unido, em 1986. Tornou-se uma epidemia no país na década de 1990 e levou ao sacrifício de milhões de animais para conter o surto, que se espalhou para ao menos outros 25 países, incluindo o Brasil.

É crime federal alimentar ruminantes (bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos) com cama-de-aviário (também conhecida como cama-de-frango) ou com resíduos da exploração de outros animais, já que há risco de ingestão indireta de restos de ração, resultando em risco se reaproveitados na alimentação do rebanho.

Atualmente, a doença tem status de risco “insignificante” no Brasil, conforme a OMSA (Organização Mundial da Saúde Animal). Trata-se da classificação mais branda elaborada pela organização.

CASOS SÃO RAROS NO BRASIL 

Antes da confirmação de 1 diagnóstico da doença em Marabá (PA) na 4ª feira (22.fev), a última vez em que o Brasil havia registrado casos de “vaca louca” havia sido em setembro de 2021, em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG).

Esse é o 6º caso registrado na história do país, que adota protocolo de vigilância há 23 anos.

Segundo a Adepará (Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará), o relato mais recente foi identificado em 1 boi de 9 anos de uma pequena propriedade no sudoeste do Estado. O local contém cerca de 160 cabeças de gado.

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