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Coreia do Norte noticia lei marcial na Coreia do Sul com 8 dias de atraso: ‘Ditadura fascista

A TV estatal da Coreia do Norte fez um boletim de notícias sobre a lei marcial da Coreia do Sul com 8 dias de atraso, nesta terça-feira (11). A emissora classificou o ocorrido como “caos” e chamou o Sul de “ditadura fascista”.

Yoon decretou uma lei marcial na Coreia do Sul no dia 3 de dezembro. Naquele dia, o presidente argumentou que queria “limpar” o país de aliados da Coreia do Norte. A medida visava fechar a Assembleia Nacional e restringir direitos civis.

Em um boletim de notícias, a emissora estatal da Coreia do Norte afirmou que o presidente “fantoche” Yoon Suk Yeol decretou a medida de forma inesperada, chocando os sul-coreanos.

“O fantoche Yoon Suk Yeol, que já enfrentava uma grave crise de governança e impeachment, declarou lei marcial de forma inesperada e liberou as armas da ditadura fascista contra o povo”, disse a apresentadora.

“Este incidente chocante jogou toda a terra fantoche da Coreia do Sul no caos.” 

A Coreia do Norte costuma chamar o Sul de “fantoche”, numa tentativa de afirmar que o país é controlado pelos Estados Unidos e aliados do Ocidente.

O boletim de notícias norte-coreano também deixou claro que a lei marcial havia sido revogada em menos de seis horas, após uma sessão emergencial da Assembleia Nacional.

O presidente da Coreia do Sul pegou o país de surpresa ao anunciar que estava decretando uma lei marcial, no dia 3 de dezembro. A medida gerou uma série de reações negativas e protestos.

Ao anunciar a lei marcial, o presidente Yoon fez críticas à oposição. “Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas”, disse.

O decreto veio em um contexto de baixa aprovação do presidente e de trocas de farpas com a Assembleia Nacional, que é controlada por deputados da oposição.

Veja a seguir um resumo do que aconteceu:

  • Com a aplicação da lei, todas as atividades políticas, incluindo manifestações, foram proibidas.
  • O acesso à Assembleia Nacional foi fechado, e forças especiais da polícia foram enviadas para conter manifestantes. A imprensa também passou a ser controlada pelo governo.
  • A oposição acusou o presidente de estar usando o conflito com a Coreia do Norte para controlar a Assembleia Nacional. Atualmente, a grande maioria dos parlamentares se opõe ao governo de Yoon.
  • Mesmo com a Assembleia fechada, os deputados conseguiram entrar no edifício e fizeram uma sessão de emergência na qual declararam a lei marcial inválida.
  • A medida do presidente também causou reações negativas dentro do próprio governo.
  • Milhares de sul-coreanos foram às ruas para uma manifestação contra a medida.
  • Yoon anunciou que iria revogar a lei após a votação dos deputados.
  • Dias depois, o presidente acabou sendo alvo de um pedido de impeachment, que foi rejeitado na Assembleia Nacional.
  • Na terça-feira (10), o gabinete do presidente foi alvo de uma operação policial sobre a lei marcial. Yoon passou a ser investigado criminalmente por insurreição. Já o ex-ministro da Defesa, apontando como mentor do decreto, foi preso.

G1

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