Com terno e chapéu panamá, Kim Jong-un lança submarino nuclear ao mar e ameaça: ‘Vai para o combate’
A Coreia do Norte anunciou nesta sexta-feira (8) que construiu um novo “submarino nuclear tático de ataque”, uma arma destinada a reforçar a Marinha. O ditador Kim Jong-un participou do lançamento ao mar e se vestiu de forma peculiar, como de praxe, com terno claro e chapéu estilo panamá
Apesar da pompa, o Exército da Coreia do Sul disse se tratar apenas de propaganda, já que o lançamento foi divulgado pela agência estatal de notícias da ditadura norte-coreana. Para os sul-coreanos, a embarcação nem sequer funcionam
Kim Jong-un afirmou que a embarcação faz parte da “evolução do arsenal nuclear da Marinha”
As imagens divulgadas pela imprensa estatal da Coreia do Norte mostram Kim vestido com um traje claro e um chapéu exótico. Ele se dirigiu aos membros das Forças Armadas, que estavam todos vestidos de branco. Já a embarcação estava decorada com a bandeira da Coreia do Norte
O lançamento do submarino número 841, chamado “Hero Kim Kun Ok”, marca “um novo capítulo do fortalecimento das forças navais” do país, segundo a KCNA, a imprensa estatal
O líder norte-coreano declarou que o submarino “cumprirá sua missão de combate” e será “um dos principais meios de ataque submarino das forças navais” nacionais
A Coreia do Norte vai transformar seus submarinos existentes em embarcações de combate equipados com armas nucleares, declarou a ditadura de Kim Jong-un
Durante a cerimônia, que teve direito a confete e outros adereços, Kim Jong-un mencionou um “plano estratégico e táctico para continuar fortalecendo a modernização das forças submarinas e de superfície, assim como o avanço do armamento nuclear da Marinha no futuro”
Acompanhado de militares vestidos com uniformes brancos impecáveis, que ostentavam várias medalhas, Kim inspecionou o submarino que se preparava para fazer a primeira incursão no mar
De acordo com a KCNA, Kim insistiu na “necessidade” de equipar os submarinos e outras embarcações da Marinha “com armas nucleares táticas”
O Exército sul-coreano, porém, adverte que a fala não deve ser levada ao pé da letra. “Nossa avaliação inicial é que o submarino não parece ser capaz de entrar em operação”, afirmaram os chefes do Estado Maior Conjunto à agência AFP
A Coreia do Norte fez diversos exercícios militares, com disparos de mísseis, neste ano. Em agosto, fracassou sua segunda tentativa de colocar em órbita um satélite espião. Em resposta a esses ensaios, a Coreia do Sul e os Estados Unidos fortaleceram sua cooperação de defesa e fizeram testes militares conjuntos
De acordo com o centro de estudos Iniciativa de Ameaça Nuclear, sediado nos Estados Unidos, a Coreia do Norte dispõe de uma das frotas de submarinos mais importantes do mundo e tem entre 64 e 86 embarcações deste tipo
Porém, os especialistas advertem que poucos estão aptos a entrar em operação devido à idade das embarcações
Em 2019, os meios estatais mostraram Kim Jong Un averiguando um submarino que nunca antes tinha sido visto
“Trata-se do mesmo submarino, ainda que profundamente modificado”, projetou Joseph Dempsey, investigador do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, na rede social X (anteriormente Twitter)
Ankit Panda, um analista que trabalha nos Estados Unidos, acrescentou que as capacidades do novo submarino “não serão revolucionárias, mas aumentaram a complexidade da ameaça nuclear ecoada pela Coreia do Norte”
A Coreia do Sul condenou a construção do submarino
Kim In-ae, porta-voz adjunto do Ministério da Unificação da Coreia do Sul, disse que Pyongyang “está desperdiçando seus escassos recursos no desenvolvimento inútil de armas enquanto ignora as dificuldades de vida de seu povo”
“Pyongyang deve compreender que seus programas de armas e ameaças só põem em perigo sua segurança diante da assoladora resposta da posição conjunta reforçada de Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão”, adicionou
As relações entre as duas Coreias estão no maior nível de estresse em anos, com a gestão diplomática estancada depois das frustradas tentativas de discutir a o desarmamento nuclear de Pyongyang
A negociação entre os dois países é acompanhada de perto por autoridades americanas, que prometem retaliar a Coreia do Norte caso o comércio de armas se concretize
“Vão pagar um preço por isso na comunidade internacional”, disse a jornalistas o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, ao ser consultado durante uma coletiva de imprensa sobre as “discussões ativas” entre Moscou e Pyongyang sobre entregas de armas
Na semana passada, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, já havia expressado sua preocupação pelo rápido avanço dessas negociações sobre futuras entregas de armas e havia instado o regime comunista a “cessar” essas discussões
Diz muito da Rússia ter que recorrer a um país como a Coreia do Norte para reforçar suas capacidades de defesa”, acrescentou. Concretamente, Pyongyang poderia fornecer munição para artilharia, assim como matérias-primas para a indústria de defesa russa
R7