Cassação de Dallagnol reata casamento entre lavajatistas e bolsonaristas
Cassação de Deltan Dallagnol pelo TSE reaproximou lavajatistas e bolsonaristas, que vinham trocando críticas mútuas nos últimos ano
A cassação do mandato de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) pelo TSE reaproximou, pelo menos momentaneamente, lavajistas e bolsonaristas do Congresso Nacional.
Desde que a Justiça Eleitoral confirmou a decisão, na noite da terça-feira (16/5), diversos aliados de primeira hora de Jair Bolsonaro saíram em defesa do ex-procurador.
Partido de Bolsonaro, o PL chegou a sugerir, em reunião da oposição nesta quarta-feira (17/5), incluir um perdão retroativo a Dallagnol na PEC que concede anistia a partidos políticos.
O momento mais marcante do casamento reatado, contudo, foi o pronunciamento de Dallagnol na tarde desta quarta-feira (17/5), no Salão Verde da Câmara dos Deputados.
O ex-procurador discursou cercado por diversos parlamentares fiéis a Bolsonaro. Um dos mais próximos era o “03” do clã, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Divergências
O clima amigável diverge do cenário dos últimos anos, quando bolsonaristas e lavajatistas trocaram uma série de críticas públicas uns contra os outros.
Após a saída de Sergio Moro (União-PR) do Ministério da Justiça, por exemplo, Dallagnol subiu o tom das críticas contra Bolsonaro e sua gestão no Palácio do Planalto.
O ex-procurador chegou a dizer, por exemplo, que sua percepção era de que o apoio de Bolsonaro à Lava Jato foi uma “estratégia de campanha política”.
No final de 2021, faltando menos de 10 meses para a eleição de 2022, Dallagnol também chegou a postar um vídeo, rebatendo críticas feitas por Bolsonaro na ocasião.
O então presidente da República havia dito que o ex-procurador o procurou em busca de uma indicação para a Procuradoria-Geral da República (PGR).