Com apenas uma amostra de saliva é possível desvendar o conjunto de genes que compõem o DNA de uma pessoa, incluindo aqueles que aumentam os riscos de doenças futuras
Caso o exame aponte risco hereditário aumentado para câncer de mama, a mulher pode adotar várias estratégias de prevenção, como explica o oncologista e geneticista Rodrigo Santa Cruz Guindalini.
“De 5 a 10% dos casos de câncer de mama têm origens hereditárias. Para mulheres com esse risco comprovado em exames, podemos tomar várias estratégias. A mais básica é um rastreamento precoce, a partir dos 25 anos, que deve ser feito com ressonância nuclear anual e, a partir dos 30, integrado com a mamografia”, afirma.
“A mamografia sozinha não é capaz de observar tumores pequenos em seios de mulheres jovens, por isso a ressonância nuclear é recomendada para uma boa prevenção”, completou o oncologista, durante encontro com jornalistas promovido pela Johnson & Johnson, na quinta-feira (12/9).
Prevenção personalizada
Dessa forma, é possível impedir que a doença avance em mulheres com risco aumentado devido à carga genética. A depender do nível de mutações de risco identificadas, é possível até tomar decisões mais agressivas, como realizar uma quimioterapia preventiva ou a retirada das mamas, como foi feito com a atriz norte-americana Angelina Jolie.
“No caso de Angelina, ela tinha mutações genéticas que diminuíam a presença de células protetoras em seu organismo conhecidas como BRCAT/2. Sem elas, havia um risco de 85% de ela ter câncer de mama no futuro. Quando fez a mastectomia preventiva, ela fez seu risco cair para 5%”, completou o médico.
Os exames de risco genético antes eram uma realidade apenas para os super-ricos mas, atualmente, é possível fazê-los por valores que não superam R$ 1 mil. O rastreamento das tendências hereditárias ao adoecimento é uma das formas que a medicina adotou para se tornar mais personalizada.