Os investidores estrangeiros tiraram mais de R$ 20 bilhões da bolsa brasileira neste primeiro trimestre, mostram os dados da B3. Trata-se de uma virada de humor dos estrangeiros com o país, logo depois de uma série de fechamentos em pontuação recorde no ano passado.
Analistas ouvidos pelo g1 atribuem a situação majoritariamente a fatores externos, mas com um bom “tempero” de problemas nacionais.
São três questões principais:
- Sempre depois de um momento de alta, vêm os períodos de realizações de lucro de investidores e ajuste de posições;
- Houve uma reavaliação da situação econômica e do patamar de juros nos Estados Unidos, que deslocou recursos para lá;
- O quadro fiscal brasileiro e as intervenções do governo federal em empresas de peso no índice de ações trouxeram prejuízo extra ao país.
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Para entender, é preciso voltar um pouco no tempo. No fim do ano, a economia global sinalizava para um momento de arrefecimento da inflação e possibilidade de corte de juros mais cedo em economias desenvolvidas.
Nos EUA, havia expectativa de que o Federal Reserve (Fed) começasse a reduzir os juros americanos em março. A mensagem para investidores era a de que as Treasuries americanas, títulos de renda fixa mais seguros do mundo, logo passariam a pagar menos.
Na Europa, a inflação dava sinais de alívio, e o Banco Central Europeu (BCE) passou também a considerar o início dos cortes de juros.
No mercado financeiro, tudo se antecipa. E ambos os fatos beneficiam as bolsas porque, com juros menores, é preciso tomar mais risco para que os investidores garantam uma boa rentabilidade.
FONTE: G1